“Esta candidatura resulta de um desafio lançado pelo partido, de que sou simpatizante. Abordaram-me e aceitei o convite. É a primeira vez que serei candidato político”, adiantou o cabeça de lista do Chega em Trancoso, no distrito da Guarda, em declarações à agência Lusa.
Engenheiro civil e empresário da área da construção, Filipe Pires concorre às autárquicas com o lema “Renasce Trancoso”, porque “é preciso fazer renascer Trancoso para que a cidade e o concelho voltem a ser o que eram”.
Se for eleito, compromete-se a colocar Trancoso “no mapa, não só dos eventos, mas também dos jovens, fixando população, criando emprego e dinamismo empresarial, não no sentido que agora se encontra aqui”.
Antigo militante socialista na Federação da Guarda, Filipe Pires faz uma avaliação negativa dos mandatos de Amílcar Salvador (PS), que não se recandidata por ter atingido o limite de mandatos.
“Os últimos executivos tiveram algumas soluções que, no nosso entender, não terão sido as melhores para a cidade, para o concelho e para os seus habitantes”, justificou, sem adiantar quais.
Num cenário de fim de ciclo autárquico, o candidato do Chega à Câmara de Trancoso admite ser possível a eleição de um ou mais elementos da lista – que está a ser elaborada – para o executivo municipal.
“Neste momento tudo é possível em Trancoso, está tudo em aberto e porque não o Chega eleger o presidente, vice-presidente e vereador”, declarou.
No entanto, Filipe Pires considerou que o momento “é favorável a todas as candidaturas que concorrerem e queiram ser alternativa ao poder que estava até agora instalado na Câmara”.
Filipe Pires é natural de Alverca da Beira, no concelho vizinho de Pinhel, mas casou em Trancoso, onde reside há 20 anos e tem participado no movimento associativo e empresarial local.
Foi diretor da Adega Cooperativa Beira Serra, em Vila Franca das Naves, e é associado da AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira.
O socialista Amílcar Salvador venceu a Câmara de Trancoso em 2013, colocando um ponto final ao domínio social-democrata, personificado por Júlio Sarmento, que governou o concelho durante mais de 20 anos.
Desde então, o professor do 1.º ciclo do ensino básico, que chegou ao município após três derrotas eleitorais, tem sido eleito com maioria absoluta.
Nas autárquicas de 2021, Amílcar Salvador venceu com 59,7% dos votos e elegeu três vereadores, enquanto João Carvalho, cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP, se ficou pelos 32,7% e elegeu dois vereadores.
Já a CDU conseguiu 1,7%.
Às autárquicas, em setembro ou outubro, o PS anunciou a candidatura de Daniel Joana e o PSD vai candidatar João Figueiredo.