“Como sinal dessa gratidão quero aqui anunciar que irei propor ao senhor primeiro-ministro que seja atribuída a denominação de ‘Autoestrada António Guterres’ à A23”, afirmou Vítor Pereira.
Vítor Pereira falava na sessão pública de discussão do Programa Nacional para a Coesão Territorial (PNCT), que hoje está a ser realizada na Covilhã, distrito de Castelo Branco, e que conta com a presença dos ministros Adjunto e do Desenvolvimento Territorial, Eduardo Cabrita, e do Ambiente, João Matos Fernandes.
Lembrando a importância que o antigo primeiro-ministro de Portugal e atual Secretário-geral designado da ONU teve na concretização de várias obras relevantes na região – como a própria A23, o Regadio da Cova da Beira, a eletrificação da Linha da Beira Baixa e a instalação da rede de gás natural – Vítor Pereira sublinhou que “apesar das dificuldades ainda hoje sentidas”, sem a ação política de António Guterres a “região estaria ainda menos desenvolvida”, pelo que defendeu um gesto de gratidão.
O autarca revelou ainda que esta cidade também está na corrida pela fábrica que a construtora de carros elétricos Tesla quer instalar na Europa.
“Como provavelmente a grande maioria das autarquias em Portugal, também a Covilhã já diligenciou e prepara junto do Governo – até agora com grande discrição como as candidaturas sérias o exigem – da localização no nosso concelho da afamada fábrica da empresa Tesla, caso, como se espera, esta venha a escolher Portugal para se instalar”, afirmou.
Entre os argumentos a favor do concelho, o autarca apontou a “capacidade económica e empresarial sem par na região”, designadamente a nível dos têxteis, lanifícios, agroindustrial, das novas tecnologias e da indústria, bem como a “capacidade científica” assegurada através do “prestígio, reconhecimento nacional e internacional da Universidade da Beira Interior”.
“Estamos em condições de nos abalançar a grandes desafios”, assegurou.
Ao longo da intervenção, o autarca socialista também não deixou de relembrar algumas das antigas aspirações da região e que permitiriam ir mais além das 164 medidas previstas no PNCT.
Entre as reivindicações, apontou a concretização do IC6 (Covilhã/Coimbra), do IC7 (Fornos de Algodres, Gouveia, Seia e Oliveira do Hospital) e do IC31 (Castelo Branco/Espanha), bem como da redução do valor das portagens que continua a “ser um forte entrave ao desenvolvimento económico da região, nomeadamente ao nível dos setores do turismo, dos serviços e da indústria”.
“Reconhecemos o esforço e o sinal já dado pelo Governo com a redução média de 15% das portagens na ex-Scut, mas reafirmamos que é preciso ir mais longe. Uma redução mais acentuada aumentará a utilização daquelas autoestradas e promoverá a economia e o desenvolvimento regional”, fundamentou.
Vítor Pereira defendeu uma maior aposta na melhoria das acessibilidades para a Serra da Estrela, bem como da fixação de médicos e de uma maior capacitação financeira, humana, técnica e de serviços do Centro Hospitalar da Cova da Beira.
“Aguardamos, já com alguma impaciência, a capacitação do Centro Hospitalar da Cova da Beira, mais concretamente da instalação da Medicina Nuclear no Hospital do Fundão, da modernização do Bloco Operatório do Hospital da Covilhã e da tão necessária Unidade de Hemodinâmica, uma vez que esta virá colmatar uma grave lacuna nesta especialidade, pois somos a única zona cinzenta de Portugal em intervenção coronária percutânea”, referiu.