Associação Distrital de Agricultores pede apoios para a agricultura familiar

Economia A Associação Distrital dos Agricultores da Guarda (ADAG) reclama do Governo medidas de incentivo à agricultura familiar e à produção nacional. O apelo saiu de um encontro sobre “Agricultura de Interior e de Montanha”, realizado no sábado, 27 de Fevereiro, no Auditório da Junta de Freguesia de S. Miguel, na Guarda, onde estiveram cerca […]

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A Associação Distrital dos Agricultores da Guarda (ADAG) reclama do Governo medidas de incentivo à agricultura familiar e à produção nacional.

O apelo saiu de um encontro sobre “Agricultura de Interior e de Montanha”, realizado no sábado, 27 de Fevereiro, no Auditório da Junta de Freguesia de S. Miguel, na Guarda, onde estiveram cerca de 100 agricultores de vários pontos da região.

António Machado, presidente da ADAG, disse no final dos trabalhos que os participantes defendem que o Governo deve apoiar os pequenos agricultores, considerando que “se não o fizer, perde a maior oportunidade de matar a fome às pessoas que passam fome e, ao mesmo tempo, de colocar no mercado produtos de alta qualidade”. O dirigente considerou que “até agora, todos os governos fizeram mal à agricultura familiar. Eu não posso aceitar que haja tanta gente a passar fome neste país e se dê dinheiro para não se produzir”, afirmou.

Referiu que, ao nível do distrito, “a agricultura está mesmo a afundar-se”, recordando que no passado, este sector de actividade “foi um dos pilares de desenvolvimento de toda a corda da Serra da Estrela”. “Eram os pastores que forneciam a lã das ovelhas para as fábricas de lanifícios, que depois exportavam os produtos extraídos da lã, para todo o mundo”, justificou.

Em sua opinião, os agricultores também podem desempenhar um papel importante na diminuição de incêndios florestais, pois existindo o cultivo de terrenos, os fogos “já não passarão de umas serras para as outras” com tanta facilidade como acontece actualmente. Se tal não acontecer, vaticina que “não tarda que pegue um fogo em Coimbra e só pare em Vilar Formoso”, junto da fronteira com Espanha. Durante os trabalhos, os participantes falaram dos temas: “ O PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural e a Agricultura Familiar” e “A Pecuária – Leite e Queijo”.

Durante o debate, foi denunciado que existem “dificuldades no acesso” aos fundos comunitários, relatou António Machado. João Dinis, membro da direcção da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), recordou que o programa comunitário PRODER, em vigor desde 2007, “está muitíssimo atrasado” na sua execução, e que o actual Ministro da Agricultura já foi alertado para a situação.“Está com uma taxa de execução de 17%”, apontou, referindo que o país “já está a correr sérios riscos de não aproveitar muito dinheiro comunitário, à partida, disponível para a agricultura portuguesa”.

O dirigente da CNA também frisou que o Governo “tem de se deixar de conversas” e “dar prioridade à produção nacional”. Entretanto, no âmbito das comemorações dos 20 anos de existência da ADAG, no final do encontro, a direcção da associação homenageou a agricultora Adélia Ascensão, 86 anos, residente em Penalobo, no concelho do Sabugal. A homenageada não esteve presente, tendo o diploma sido entregue a um filho.


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