A nova cara na Agricultura, teve a sua primeira crise ao fim de quatro dias…
Da Praça do Giraldo, em Évora, à Praça do Comércio, em Lisboa, é uma hora de distância. O novo ministro da Agricultura e Pescas continua a viver no Alentejo e a dormir num hotel lisboeta quando é preciso ficar na capital a trabalhar. António Serrano, 44 anos, estreante no Governo há 15 dias, é um alentejano apressado sempre a olhar para o relógio porque não admite chegar atrasado a uma reunião marcada para as 10h.
Quinze minutos antes da hora, ainda está no gabinete. Tudo se mantém como deixou o antecessor, Jaime Silva. Até a garrafa transparente de vinho licoroso sobre uma pequena mesa. É uma colheita rara da Quinta do Marquês, de Carcavelos, produção do ministério. Nunca o provou. Mas já teve outros aperitivos menos generosos que transitaram do anterior governo.
Ao quarto dia no ministério, ainda em fase de instalação e a acostumar-se às rotinas, António Serrano teve de enfrentar a primeira crise. “Primeiro, tratei da organização do gabinete, enquanto ia colocando na mesa os dossiês em trânsito e pensando nos assessores e secretários de Estado”, diz o ministro da Agricultura à SÁBADO. “Ao mesmo tempo, ia resolvendo as emergências.”
Nessa quinta-feira, 29 de Outubro, ainda os secretários de Estado não estavam nomeados nem o gabinete completo, e já recebera uma ameaça de greve dos sapadores florestais. “Havia um conflito latente por causa de um atraso nos pagamentos, mas comprometi-me com eles a pagar nas duas semanas seguintes”, conta Serrano. O Ministério da Agricultura devia 2,2 milhões de euros às Associações que empregam os 1.220 sapadores florestais responsáveis pela limpeza das florestas. O Estado não Ihes pagava desde Agosto. E a 15 de Novembro venda o pagamento de outra prestação do mesmo valor.
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