Município raiano destaca-se no Indicador Concelhio de Desenvolvimento Económico e Social de Portugal, elaborado pela UBI, enquanto a Guarda surge como a pior capital de distrito .
O concelho de Almeida está no ranking dos 40 municípios que registam os melhores índices de qualidade de vida a nível nacional e ocupa, no contexto do distrito da Guarda e da Cova da Beira, a melhor posição. A conclusão é de um estudo do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da Universidade da Beira Interior (UBI), que analisou os 308 concelhos do país, colocando Almeida no 36º lugar.
O município raiano conseguiu escalar 88 posições relativamente ao estudo de 2009, ultrapassando a Guarda e Castelo Branco, e ficando mesmo à frente de outras capitais de distrito como Braga, Leiria ou Viseu. Menos positivo é o lugar conseguido pela Guarda, que cai 72 posições e surge apenas no 139º lugar, o último posto entre as capitais de distrito. Nesta análise, intitulada “Indicador Concelhio de Desenvolvimento Económico e Social de Portugal”, são os concelhos do litoral que surgem no topo da tabela, com Lisboa na liderança, seguida de Porto e Albufeira. Na região, depois de Almeida, surgem Belmonte (81º), Vila Nova de Foz Côa (82º) e Manteigas (84º). A Covilhã fica-se pela 202ª posição, enquanto o 247º lugar vale a Celorico da Beira o “título” de município com menor qualidade de vida na região, antecedido de perto por Pinhel (244º) e Mêda (239º).
Contudo, a maior queda pertence a Gouveia, que desceu 108 lugares, da 117ª para a 225ª posição. Por outro lado, Penamacor registou a subida mais acentuada, ascendendo 162 posições face ao 253º posto que ocupava em 2009. «No contexto da região, o desempenho de Almeida foi uma agradável surpresa», analisa o responsável pelo estudo, Pires Manso, que destaca também a posição alcançada pelo Sabugal, «que deixou de figurar na lista dos 30 piores». O professor catedrático da UBI não refere, no entanto, o que levou à subida destes concelhos, ou à descida de outros, como a Guarda, até porque tal «implicaria uma análise mais profunda e individual, já que as variáveis são muitas». Ainda assim, Pires Manso aponta o «encerramento de empresas e o consequente aumento do desemprego e diminuição do poder de compra» como a possível causa para a modesta classificação do concelho guardense, já que «esses fatores refletem-se invariavelmente na qualidade de vida», argumentou.
País a duas velocidades
A terceira edição do estudo, elaborada no último trimestre de 2012, inclui 48 indicadores baseados em dados de 2010 do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes aos 308 municípios de Portugal, e teve em conta condições materiais, sociais e económicas subdivididas em itens como número de centros de saúde ou equipamentos culturais por cada mil habitantes, a taxa de escolarização ou o dinamismo económico. No contexto geral, os números evidenciam que «o país anda a duas velocidades, uma para os municípios mais urbanos e industrializados do litoral, e outra para o interior», que se debate ainda com os «impactos do envelhecimento, falta de emprego e despovoamento», refere o docente.
Satisfeito com o resultado do estudo ficou António Baptista Ribeiro, autarca de Almeida, que, contudo, se confessou «surpreendido» pelo lugar ocupado na classificação geral. «Em termos regionais não me surpreende o lugar alcançado, mas no contexto nacional admito que não esperava o 36º lugar», declarou o edil. Para Baptista Ribeiro, o resultado obtido «prende-se muito com uma excelente cobertura ao nível dos equipamentos sociais» e com a «dinâmica que a fronteira de Vilar Formoso ainda possui», uma vez que «o resto do concelho padece do mesmo mal dos outros, com a interioridade e despovoamento acentuado». «O que equilibra e eleva o concelho a essa posição é a fronteira, apesar de também ter perdido muito do seu dinamismo», considera o autarca, lamentando que «este resultado não se reflita no que é a economia local».
Três municípios exigem pedido de desculpas à UBI
Em reação ao Indicador Concelhio de Desenvolvimento Económico e Social, os presidentes das Câmaras Municipais de Amarante, Baião e Lousada, no distrito do Porto, exigem uma «retratação pública» à Universidade da Beira Interior, pelo facto destes concelhos surgirem entre os 30 piores do país.
O autarca de Baião lamenta que estes municípios industrializados, que estão «entre os melhores do país» a nível de equipamentos e infraestruturas, tenham sido colocados nos últimos lugares do ranking, e diz que já teve «o cuidado de alertar» os responsáveis pelo estudo para o facto de se basearem em «dados desatualizados e não confirmados». José Luís Carneiro diz mesmo que caso a UBI não apresente um pedido de desculpas, as três autarquias «avançarão para as instâncias competentes para defender o prestígio e o bom nome» dos municípios.
O município raiano conseguiu escalar 88 posições relativamente ao estudo de 2009, ultrapassando a Guarda e Castelo Branco, e ficando mesmo à frente de outras capitais de distrito como Braga, Leiria ou Viseu. Menos positivo é o lugar conseguido pela Guarda, que cai 72 posições e surge apenas no 139º lugar, o último posto entre as capitais de distrito. Nesta análise, intitulada “Indicador Concelhio de Desenvolvimento Económico e Social de Portugal”, são os concelhos do litoral que surgem no topo da tabela, com Lisboa na liderança, seguida de Porto e Albufeira. Na região, depois de Almeida, surgem Belmonte (81º), Vila Nova de Foz Côa (82º) e Manteigas (84º). A Covilhã fica-se pela 202ª posição, enquanto o 247º lugar vale a Celorico da Beira o “título” de município com menor qualidade de vida na região, antecedido de perto por Pinhel (244º) e Mêda (239º).
Contudo, a maior queda pertence a Gouveia, que desceu 108 lugares, da 117ª para a 225ª posição. Por outro lado, Penamacor registou a subida mais acentuada, ascendendo 162 posições face ao 253º posto que ocupava em 2009. «No contexto da região, o desempenho de Almeida foi uma agradável surpresa», analisa o responsável pelo estudo, Pires Manso, que destaca também a posição alcançada pelo Sabugal, «que deixou de figurar na lista dos 30 piores». O professor catedrático da UBI não refere, no entanto, o que levou à subida destes concelhos, ou à descida de outros, como a Guarda, até porque tal «implicaria uma análise mais profunda e individual, já que as variáveis são muitas». Ainda assim, Pires Manso aponta o «encerramento de empresas e o consequente aumento do desemprego e diminuição do poder de compra» como a possível causa para a modesta classificação do concelho guardense, já que «esses fatores refletem-se invariavelmente na qualidade de vida», argumentou.
País a duas velocidades
A terceira edição do estudo, elaborada no último trimestre de 2012, inclui 48 indicadores baseados em dados de 2010 do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes aos 308 municípios de Portugal, e teve em conta condições materiais, sociais e económicas subdivididas em itens como número de centros de saúde ou equipamentos culturais por cada mil habitantes, a taxa de escolarização ou o dinamismo económico. No contexto geral, os números evidenciam que «o país anda a duas velocidades, uma para os municípios mais urbanos e industrializados do litoral, e outra para o interior», que se debate ainda com os «impactos do envelhecimento, falta de emprego e despovoamento», refere o docente.
Satisfeito com o resultado do estudo ficou António Baptista Ribeiro, autarca de Almeida, que, contudo, se confessou «surpreendido» pelo lugar ocupado na classificação geral. «Em termos regionais não me surpreende o lugar alcançado, mas no contexto nacional admito que não esperava o 36º lugar», declarou o edil. Para Baptista Ribeiro, o resultado obtido «prende-se muito com uma excelente cobertura ao nível dos equipamentos sociais» e com a «dinâmica que a fronteira de Vilar Formoso ainda possui», uma vez que «o resto do concelho padece do mesmo mal dos outros, com a interioridade e despovoamento acentuado». «O que equilibra e eleva o concelho a essa posição é a fronteira, apesar de também ter perdido muito do seu dinamismo», considera o autarca, lamentando que «este resultado não se reflita no que é a economia local».
Três municípios exigem pedido de desculpas à UBI
Em reação ao Indicador Concelhio de Desenvolvimento Económico e Social, os presidentes das Câmaras Municipais de Amarante, Baião e Lousada, no distrito do Porto, exigem uma «retratação pública» à Universidade da Beira Interior, pelo facto destes concelhos surgirem entre os 30 piores do país.
O autarca de Baião lamenta que estes municípios industrializados, que estão «entre os melhores do país» a nível de equipamentos e infraestruturas, tenham sido colocados nos últimos lugares do ranking, e diz que já teve «o cuidado de alertar» os responsáveis pelo estudo para o facto de se basearem em «dados desatualizados e não confirmados». José Luís Carneiro diz mesmo que caso a UBI não apresente um pedido de desculpas, as três autarquias «avançarão para as instâncias competentes para defender o prestígio e o bom nome» dos municípios.