O anúncio foi feito no final da reunião do júri, pelo reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva.
Instituído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI), em 2004, o prémio destina-se a galardoar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica.
Segundo João Gabriel Silva, porta-voz do júri, a escritora Agustina Bessa-Luís é “um dos expoentes máximos da Literatura Portuguesa, mas na realidade universal, do século XX”.
“Deu à Literatura Portuguesa uma latitude, enfim, notável, que todos reconhecem, criou um imaginário simbólico próprio. Não é por acaso que é uma das autoras mais estudadas até no ensino básico e secundário, porque, de facto, é uma referência da Língua Portuguesa”, acrescentou.
O reitor da Universidade de Coimbra disse ainda que a galardoada também é “um dos autores portugueses mais conhecidos em Espanha”.
“Não há dúvida que ela é, e aqui os nossos colegas de Espanha também o atestam com clareza, é um dos autores portugueses mais conhecidos em Espanha. Portanto, o caráter ibérico deste prémio fica bem claro nesta escolha consensual do júri”, disse à agência Lusa João Gabriel Silva no final da reunião do júri, realizada nas instalações do CEI, na Guarda.
O júri da 11.ª edição do Prémio Eduardo Lourenço foi constituído pelos membros da direção do CEI (Câmara Municipal da Guarda, representada pelo vereador da cultura Victor Amaral, Universidade de Coimbra, representada pelo reitor, e Universidade de Salamanca, representada pela vice-reitora), membros das comissões científica e executiva do CEI e pelos convidados Santos Justo, Pedro Bringue do Amaral e José Luis Puerto.
Ao prémio anual, que tem o nome do ensaísta Eduardo Lourenço, mentor e presidente honorífico do CEI, foram este ano apresentadas 21 candidaturas.
O Prémio Eduardo Lourenço teve a sua primeira edição em 2004 e já distinguiu várias personalidades de relevo de Portugal e de Espanha.
As anteriores edições contemplaram Maria Helena da Rocha Pereira (professora Catedrática de Cultura Greco-Latina, Agustín Remesal (jornalista), Maria João Pires (pianista), Ángel Campos Pámpano (poeta), Jorge Figueiredo Dias (professor Catedrático de Direito Penal), os escritores César António Molina e Mia Couto, José María Martín Patino (teólogo), Jerónimo Pizarro (professor e investigador) e Antonio Sáez Delgado (professor e investigador).
O CEI é uma associação transfronteiriça sem fins lucrativos, que nasceu de um desafio lançado pelo ensaísta Eduardo Lourenço na sessão solene comemorativa do Oitavo Centenário do Foral da Guarda, em 1999.