Um prólogo em formato de contrarrelógio por equipas e uma “trilogia” na Serra da Estrela, dedicada aos trepadores, marcam a 75.ª Volta a Portugal em bicicleta, que arranca hoje em Lisboa para 11 dias de competição, com final em Viseu.
Para esta edição, de novo totalmente disputada a norte do tejo, a organização desenhou um traçado mais duro – com uma tripla jornada à volta do ponto mais alto de Portugal continental, além da inevitável Senhora da Graça – e diferente do habitual, pelo menos no primeiro dia. Este ano, o prólogo de Lisboa, local de chegada da Volta a Portugal nas duas edições anteriores, dá lugar a um contrarrelógio por equipas, habitual nas grandes voltas, mas ausente há vários anos da prova nacional, que definirá o primeiro camisola amarela. A primeira e mais longa etapa (203,3 km), que servirá para testar o estado das pernas e conhecer as sensações, vai ligar o Bombarral a Aveiro, numa jornada plana, semelhante à do dia seguinte, em que Oliveira de Azeméis receberá a partida e Viana do Castelo a chegada, naquele que é o regresso da curta, mas exigente, subida ao monte de Santa Luzia. No destino da 75.ª edição, segue-se a ligação entre Trofa e Fafe, em mais uma jornada para sprinters, antes de uma inédita partida de Arouca. A cidade estreante deste ano é ponto de partida para o primeiro momento decisivo nas contas da geral, a sempre espetacular e concorrida subida à Senhora da Graça, estrategicamente colocada a um domingo para atrair mais público. Antes do dia de descanso, e após um interregno de 39 anos, Lousada vai regressar ao “mapa” da Volta, dando sinal de partida à quinta etapa, que terminará em Oliveira do Bairro, onde os finalizadores mais rápidos terão nova oportunidade. Quando cruzarem a linha da meta, os corredores das 18 equipas presentes terão cumprido 919,3 dos 1607,2 quilómetros da Volta 2013. Cumprido o descanso, o pelotão regressa à estrada para a sexta etapa, disputada no centro do país, entre a Sertã e Castelo Branco, ao longo de um percurso praticamente plano. Tal como em 2012, as Termas de Monfortinho voltam a acolher a partida de uma jornada reservada aos trepadores que, até Gouveia, vão percorrer alguns dos principais picos da Serra da Estrela, como as Penhas Douradas e Penhas da Saúde, naquele que é o primeiro momento da dura “trilogia” serrana desenhada pelo diretor da prova, Joaquim Gomes. A Torre, o ponto mais alto de Portugal continental, surgirá apenas no dia seguinte, a 16 de agosto, quando o pelotão se fizer à estrada em Oliveira do Hospital para subir à Serra pelo lado de Seia, numa ascensão de categoria especial que, faça sol ou chuva, vai eliminar grande parte dos potenciais candidatos. O último momento de decisão da maior prova velocipédica nacional está reservado para a penúltima etapa, um contrarrelógio tortuoso entre o Sabugal e a Guarda, já visitado pelo pelotão na edição de 2011, cuja segunda parte é praticamente toda feita em subida. Por fim, a 18 de agosto, Viseu volta a acolher o final da Volta a Portugal, num trajeto com partida e chegada na cidade de Viriato, que inclui sete voltas a um circuito final antes da consagração do sucessor de David Blanco, o espanhol que, com cinco vitórias, se tornou no ano passado o recordista de triunfos na corrida.