É importante saber as características do desemprego: nº de desempregados, distribuição homens e mulheres, habilitações, tempo de desemprego, ofertas de emprego, colocações e causas do desemprego.

Numa altura em que o desemprego desceu para 6.7% em Portugal, um valor extremamente baixo comparado com os valores da crise que andavam próximos dos 20%, é importante saber as características do desemprego no país, na R. Centro e na B. Interior: nº de desempregados, distribuição homens e mulheres, habilitações, tempo de desemprego, ofertas de emprego, colocações e causas do desemprego.

É esse o tema deste artigo que estamos a apresentar com base nas estatísticas publicadas recentemente pelo IEFP- Instituto de Emprego e Formação Profissional do Ministério do Emprego e Solidariedade Social (MESS) – julho.

Desempregados totais, por sexos, tempo de desemprego e jovens e menos jovens: Em julho último, os derradeiros dados publicados, estavam registados no IEFP/CE cerca de 306779 portugueses sem emprego, 133442 homens, 158311 mulheres, 148468 eram desempregadas de curta duração, 148468 eram-no de longa duração (>1 ano de desemprego), 30631 presumivelmente eram jovens pois procuravam ainda o 1º emprego e 276148 procuravam outro emprego.

Por sua vez e na Região Centro havia 44034 desempregados, 19094 eram homens e 24940 eram mulheres, 23273 eram desempregados de curta duração (<1 ano), 20761 eram desempregados há mais de um ano, 5323 eram jovens à procura do primeiro emprego e os restantes 38711 procuravam novo emprego.

Na Beira Interior Castelo Branco (CE) registava o maior número de desempregados (1653, 791 H e 862 M), 859 estavam desempregados há pouco tempo (<1 ano), 794 há mais de um ano, 175 eram ‘jovens’ à procura do primeiro emprego e os restantes 1478 procuravam nova alternativa de emprego.

Por sua vez na Covilhã (resp. Guarda) havia 1611 (r. 1263) sem trabalho, 787 (r. 559) H e 824 (r. 704) M, 805 (r.629) eram desempregados com menos de um ano, ou curto prazo, 806 (r.634) eram desempregados de longa duração, 192 (r.200) eram jovens à procura do 1º emprego e os restantes 1419 (r. 1063) eram pessoas à procura de novo trabalho.

A seguir vêm o Fundão e Seia com, respectivamente, 765 e 717 desempregados.

  Homens Mulheres < 1 Ano 1 Ano E + 1º Emprego Novo Emprego Total  
Continente 133 442 173 337 158 311 148 468 30 631 276 148 306 779
R. Centro 19 094 24 940 23 273 20 761 5 323 38 711 44 034
Castelo Branco  791  862  859  794  175 1 478 1 653
Covilhã  787  824  805  806  192 1 419 1 611
Guarda  559  704  629  634  200 1 063

1 263

Desempregados por idades/faixas etárias: Dos 306779 desempregados do Continente (resp. R. Centro), 28224-C (44034-RC), 28224 (4831) eram jovens com menos de 25 anos, 53667 (7996-RC) estavam entre os 25 e 34 anos, 134394 (18247), a maioria, tinham entre 35 e 54 anos (maduros) e os restantes 90494 (12960) eram do grupo mais idoso com 55 ou mais anos, isto é, que estão a um passo da reforma.

Por sua vez jovens (até 25 anos) de Castelo Branco eram 156, da Covilhã e Guarda 153 cada, 82 e 93 do Fundão e Seia, e de Viseu 281. Da faixa 25-34 estavam registados 303 em C. Branco, 277 na Covilhã, 254 na Guarda, 112 do Fundão, 133 de Seia e 581 de Viseu.

Entre os 35-54 anos de CB eram 727, da CV 645, da G 552, do F 281, de S 298 e de V 1417. Do grupo dos menos jovens com 55 ou mais anos 467 são de CB, 536 da CV, 304 da GD, 290 do FD, 193 de SA, e 862 de VS.

Concelho   Grupo Etário   Grupo Etário   Grupo Etário   Grupo Etário Total
    < 25 Anos   25 – 34 Anos   35 – 54 Anos   55 Anos e +  
Castelo Branco  156  303  727  467 1 653
Covilhã  153  277  645  536 1 611
Fundão  82  112  281  290  765
Gouveia  79  71  162  108  420
Guarda  153  254  552  304 1 263

Por níveis de escolaridade ou formação: Dos 306779 desempregados do Continente (resp. R. Centro), 22502 (r. 3938), (4831) tinham escolaridade inferior ao 1º ciclo do ensino Básico (CEB), 58988 (7661) tinham o 1º CEB, 45529 (5807), tinham o 2º CEB, 59813 (8739) tinham o 3º CEB, 77916 (10928) tinham o ensino secundário (12º ano), 42031 (r. 7060) estavam habilitados com curso superior.

Por sua vez em CB havia 142 com menos que o 1º CEB, na CVL eram 93, Na GDA 131, 66 e 64 no FDO e SEIA, e de Viseu eram 289. Com o 1º CEB estavam registados 272 em CB, 319 na CV, 183 na GD, 173 no FD, 160 em SA e 413 em VS. Com o 2º CEB de CB eram 166, da CV 253, da G 84, do F 133, de SA 110 e de VS 458. Com o 3º CEB de CB eram 350, da CV 310, da GD 299, do FD 181, de SA 142 e de VS 585. Com o ES de CB eram 470, da CV 401, da GD 348, do FD 127, de SA 150 e de VS 780. Com habilitações superiores 253 são de CB, 235 da CV, 218 da GD, 85 do FD, 91 de SA, e 616 de VS.

Concelho Nível Escolar. Nível Escolar. Nível Escolar. Nível Escolar. Nível Escolar. Nível Escolar. Total
  < 1º Ciclo EB 1º Ciclo EB 2º Ciclo EB 3º Ciclo EB Secundário Superior  
Castelo Branco  142  272  166  350  470  253 1 653
Covilhã  93  319  253  310  401  235 1 611
Fundão  66  173  133  181  127  85  765
Guarda  131  183  84  299  348  218 1 263
Sabugal  58  69  32  47  56  29  291

 

Inscritos no mês totais e por sexo, ofertas de emprego e colocações totais e por sexos

Em todo o Continente nacional inscreveram-se em julho 37673 (resp. 5886 na RC), 16476 (r. 2489 RC) homens e 21197 (r. 3397 na RC) eram mulheres. Para esta procura e no mesmo mês receberam-se 9356 (r 2345 RC) ofertas de emprego, tendo sido colocados 2858 (r. 796 RC) h e 3211 (r. 835 na RC) mulheres num total de 6069 (1631 na RC).

Por centros de emprego inscreveram-se no mês 135 Homens em CB, 105 na CV, 87 na GD, 40 FD, 32 SA e 148 VS e ainda 164 mulheres em CB, 147 na CV, 100 na GD, 58 no FD, 32 em SA e 228 em VS. Ao todo foram mais 299 em CB, 252 na CV, 187 na GD, 98 no FD, 64 em SA e 376 em VS. As ofertas mensais de empregos (julho) nas regiões do interior foram poucas e repartiram-se assim entre as principais unidades geográficas da BI: CB 61 para 299 pedidos e 35 colocações, CV 108 para 252 e 80 colocações, GD 117 para 187 e 100, FD 31 para 98 e 40, SA 22 para 64 e 23. A ordem destes números é ofertas, procura e colocações.

Concelho Desempregados Inscritos   Ofertas   Colocações  
  Homens Mulheres Total Recebidas Homens Mulheres Total
Castelo Branco  135  164  299  61  19  16  35
Covilhã  105  147  252  108  30  50  80
Fundão  40  58  98  31  15  25  40
Guarda  87  100  187  117  44  56  100
Sabugal  24  25  49  10  6  9  15

Causas do Desemprego: A principal causa dos despedimentos registados em julho de 2018 no Continente e na R. Centro e nos concelhos do interior são o fim de trabalho não permanente (16807 no C e 2374 na RC), seguem-se os ex-inactvos (pessoas que já tinham desistido de procurar emprego mas que decidiram voltar) com 4283-C e 791 RC, os que foram despedidos pela entidade patronal (com 4119-C e 631-RC), os que se despediram por vontade própria (!) (1592-C e 367-RC), os despedidos por mútuo acordo (1301-C e 198–RC) e os que eram trabalhadores por conta própria mas a quem certamente não correu bem a vida profissional (693-C e 111-RC).

Contudo, a segunda causa mais importante de despedimento não é nenhuma das referidas mas um conjunto indiscriminado de outras (outros motivos) como mostram os valores 8878-C e 1414-RC inscritos em julho vêm os que alegam outros motivos não coincidentes com os anteriores. A situação, com pequenas oscilações, é mais ou menos a mesma nos vários concelhos ou centros de emprego da BI.

Concelho     Motivos de Inscrição       Total
  Ex-Inactivos Despedido Despediu-se Despedim. mút. acordo Fim trab. não permanente Trabalh. conta própria Outros motivos  
Castelo Branco  33  20  15  7  157  4  63  299
Covilhã  30  23  13  4  86  7  89  252
Fundão  19  13  4  7  33  1  21  98
Guarda  29  12  13  4  77  15  37  187
Sabugal  5  8  3  0  22  1  10  49

Em síntese, e para terminar, convém referir que este boom que se tem verificado ao nível da criação de emprego (e simultaneamente de redução do desemprego) tem-no sido muito à custa da redução de garantias consentidas pelas alterações na legislação do trabalho impostas pela Troika o que levou, de facto, a alterações significativas na legislação laboral e a que a grande maioria do emprego criado o esteja a ser com salários próximos do salário mínimo e ainda a que os contratos sejam também quase todos com vínculos precários (contratos a termo e recibos verdes, sobretudo).