O presidente da associação empresarial da Guarda considerou hoje que os benefícios previstos no novo código fiscal do investimento continuam a ser “insuficientes” para a fixação de empresas nas regiões do interior. “Temo que sejam insuficientes para atrair novos investidores para o nosso interior, porque os incentivos, para um investidor que queira investir na Guarda, não cobrem os custos da interioridade”, disse à agência Lusa Pedro Tavares, presidente da associação empresarial NERGA. O representante dos empresários da Guarda vaticina que, “mais uma vez”, os incentivos fiscais previstos “não farão a diferença” na região “porque não cobrirão os custos que continuam a ser maiores que os incentivos”. “Nós, aqui, temos mais custos com o pagamento de portagens nas antigas Scut (vias sem custos para o utilizador) e as distâncias aos portos, que não serão cobertos pelos restantes incentivos”, aponta. Segundo o Jornal de Negócios de hoje, a proposta do novo código fiscal do investimento, contempla “mais incentivos para investimentos no interior ou projetos que proporcionem a criação ou manutenção de postos de trabalho”. Está também previsto o reforço do regime de incentivos fiscais às empresas, como a dedução à coleta de uma parte do investimento que façam em despesas elegíveis, que atualmente tem um limite máximo de 20% e que será aumentado para 25%. “É um incentivo de mais 5% em relação ao que havia”, observa o presidente da associação empresarial NERGA. Em sua opinião, “tão importante como o incentivo fiscal é redefinir com outros critérios e com uma discriminação positiva, as regiões mais periféricas e situadas no interior”. “Isso é que é importante”, considera Pedro Tavares, lembrando que, em situações anteriores, os incentivos que foram atribuídos às regiões “ditas mais pobres, contemplaram quase todo o país”. “Quem é que vem para a Guarda se pode fazer um investimento perto de Aveiro?”, questiona. O responsável defende a “requalificação do mapa das regiões mais pobres”, alegando que “o que tem acontecido constantemente é que o mapa que determinava o que era interior” abrangia “praticamente o país todo”. “Ao acontecer isso, certamente que os investidores vão escolher as regiões mais perto do litoral e nós continuamos a ser esquecidos”, disse. O incentivo fiscal previsto “é bastante grande para quem quer investir”, mas na opinião de Pedro Tavares, “era importante uma discriminação positiva para o interior, porque o atual mapa de incentivos contempla praticamente o país todo e não discrimina positivamente as regiões mais pobres”. “Este é o problema que temos tido constantemente com os incentivos fiscais” para as empresas, apontou o representante dos empresários da região da Guarda.
Pedro Tavares considera que novos benefícios fiscais são “insuficientes” para fixar empresas no interior
O presidente do NERGA – Núcleo Empresarial da Região da Guarda vaticina que, “mais uma vez”, os incentivos fiscais previstos “não farão a diferença” na região “porque não cobrirão os custos que continuam a ser maiores que os incentivos”.