Velhos foram protegidos, "só houve flexibilidade para os jovens"

A crise financeira e económica veio mostrar, na opinião de Mario Draghi, que “os jovens foram os primeiros a serem despedidos à medida que as reformas criaram duas classes de trabalhadores”.

Numa denúncia à dualidade do mercado de trabalho — que no entender do presidente do Banco Central Europeu é um entrave sério ao crescimento da Europa — “só houve flexibilidade para os jovens”. Portugal e as economias periféricas, do sul da Europa, são os casos mais problemáticos, segundo alguns estudos.

No encerramento do Fórum do BCE, que decorreu durante três dias e terminou hoje, Draghi apontou baterias ao referido “problema da dualidade do mercado de trabalho” mas também aos “sistemas de educação que não produzem pessoas com as qualificações certas”.

Num registo mais festivo, o presidente do BCE anunciou os vencedores de um concurso para jovens economistas, que decorreu durante o evento com a apresentação não de artigos, mas de posters.

O primeiro prémio, de 10 mil euros, foi para dois investigadores da Universidade de Bona, que fizeram uma apresentação sobre “os custos e benefícios da banca sombra”, nas palavras de Draghi.

Foi o fenómeno que agravou a crise aguda do sistema financeiro em 2007 e 2008, arrastando consigo os Estados soberanos uma vez que os contribuintes foram chamados a segurar os bancos em vários países do mundo ocidental para evitar o colapso do sistema bancário global.


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