Resgate é de dez mil milhões de euros e nem mais um cêntimo, avisou Jeroen Dijsselbloem.
O Chipre voltou a estar na mira dos mercados, depois de as agências internacionais terem noticiado, em véspera de Eurogrupo, que as necessidades de financiamento de Nicósia são afinal de 23 mil milhões de euros e não de 17 mil milhões, como estipulava o trabalho dos técnicos da ‘troika’ que preparam terreno para o resgate. O ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, disse, ainda assim, estar «confiante» num «bom acordo» para o Chipre, capaz de passar no parlamento alemão. No entanto, esse acordo não irá além dos dez mil milhões de euros já previstos, uma vez que a Europa não tenciona dar nem mais um cêntimo ao país. «O programa é de dez mil milhões de euros, tal como acordado. Todos os restantes elementos do programa terão de ser financiados através do ‘bail-in’ dos bancos, das privatizações e outras medidas. Não hã aqui surpresas», disse o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, à entrada para a reunião dos ministros das Finanças da zona euro, em Dublin. Dijsselbloem reconheceu que o Chipre está «obviamente a atravessar um momento difícil», mas sublinhou que o programa definido pela Europa e o FMI «é suficientemente forte e substancial». Já o comissário europeu para a Economia, Olli Rehn, escusou-se a avançar detalhes sobre a situação de Nicósia, frisando que existe nesta altura «demasiada incerteza» e que «é muito difícil para qualquer pessoa fornecer previsões exactas e precisas». Mais duras foram as palavras da ministra das Finanças da Áustria, Maria Fekter. Confrontada com as recentes notícias que dão conta de maiores necessidades de financiamento do Chipre, Fekter avisou que «quando os números não batem certo, provavelmente não hã aprovação [do resgate] nos parlamentos nacionais». O resgate ao Chipre e a extensão das maturidades dos empréstimos a Portugal e Irlanda são os temas principais na agenda do Eurogrupo e do Ecofin que hoje se realizam em Dublin.