Desaceleração dos preços pode incentivar a o BCE a novo corte na taxa de juro de referência na moeda única.
A inflação na zona euro continua a desacelerar, em linha com a degradação da actividade económica que se vai acentuando na moeda única. Em abril, os preços na Europa a 17 aumentaram 1,2% face ao mesmo mês do ano passado, depois de em março a taxa de inflação se ter fixado em 1,7%. A forte desaceleração dos preços – há um ano, por exemplo, a inflação no euro era de 2,6% – é um factor que pode vir a influenciar as próximas decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). A autoridade monetária cortou a taxa de referência da zona euro para 0,5% na reunião deste mês, não fechando a porta a novas descidas. A principal preocupação do BCE – é o seu mandato único – é manter os preços controlados, com uma taxa de inflação próxima mas abaixo de 2%. Por isso, a queda na taxa abre espaço a que a política monetária continue expansionista e possa mesmo tornar-se mais agressiva. As economias que estão sob um programa de ajustamento – Portugal, Grécia, Irlanda e Chipre – são as que têm a economia mais deprimida e, consequentemente, estão a registar a maior desaceleração nos preços. A inflação em abril foi de 0,4% em Portugal, de 0,5% na Irlanda e de 0,1% no Chipre. No caso da economia helénica o cenário está ainda mais complicado: os preços recuaram pelo segundo mês consecutivo. Depois da quebra de 0,2% em março, em abril a queda foi de 0,6% em termos homólogos.