Rupia indiana registou hoje o maior tombo intra-diário face ao dólar norte-americano desde 1993.
A pressão vendedora sobre a divisa indiana intensificou-se numa sessão em que o petróleo atingiu máximos de dois anos no mercado nova-iorquino, o que promete complicar ainda mais as tentativas do governo indiano em emagrecer o défice da balança corrente já que o país importa cerca de 80% do petróleo que consome. E a expetativa é de que a concretização de um ataque do Ocidente em Damasco continue a impulsionar os preços do ouro negro. A queda de quase 4% da rupia para um mínimo histórico de 68,7550 dólares norte-americanos, a maior queda intra-diária em 20 anos, foi acompanhada por um agravamento da percepção de risco sobre a dívida indiana e por uma descida de 1,6% do índice acionista Sensex, que está em mínimos de Setembro de 2012. Ontem o ministro indiano das Finanças, Palaniappan Chidambaram, anunciou um plano com 10 pontos para reduzir o défice da balança corrente e restaurar o crescimento numa altura em que rupia acumula uma queda anual de 19% face ao dólar norte-americano, caminhando para o pior registo anual desde a crise de pagamentos de 1991, ano em que a Índia penhorou ouro em troca de importações. Esta fuga de activos da Índia, e de outros mercados emergentes, ganhou força com as expectativas de que a Reserva Federal norte-americana (Fed) poderá reduzir os estímulos monetários já no próximo mês, o que levou muitos investidores a realocar capitais à sua origem. A crise na Síria e a subida dos preços de petróleo são ‘apenas’ duas novas fontes de pressão.