Os economistas do FMI reconhecem que cortar o défice demasiado rápido pode ser contraproducente. Impactos podem ser dramáticos.
Mesmo os países que estão no centro da crise de dívidas soberanas devem evitar um ritmo de redução do défice orçamental demasiado acelerado. Esta é uma das lições que os economistas do FMI retiram da crise e que inscreveram num relatório publicado ontem. O aviso chega na semana em que a ‘troika’ de credores – uma missão do FMI, da Comissão Europeia e do BCE – conduz mais uma revisão ao programa de ajustamento português, pressionada pelas autoridades nacionais para aprovar uma nova flexibilização da meta do défice para 2014. “Mesmo para os países sob pressão dos mercados, há ‘limites de velocidade’ que regulam o ritmo desejável do ajustamento”, lê-se no relatório dos economistas do FMI. “Um ajustamento muito grande – pelo menos no curto prazo – pode conduzir a um aumento, em vez de uma diminuição, no rácio da dívida e nos custos dos empréstimos”, explicam os peritos.