A Câmara Municipal da Guarda aprovou esta segunda-feira uma moção, por maioria, na qual apela ao Governo que cumpra o projeto, o programa e o conteúdo funcional previsto para o Hospital Sousa Martins (HSM).
A moção, apresentada na reunião quinzenal do executivo pelo vereador independente Virgílio Bento, teve os votos favoráveis da maioria socialista, o voto contra do vereador Rui Quinaz (PSD) e a abstenção da vereadora Ana Fonseca (PSD). «Esta Câmara Municipal não aceita que o distrito da Guarda seja mais uma vez prejudicado na área da saúde, exigindo ao senhor ministro da Saúde que seja respeitado o compromisso que o Governo assumiu para com o distrito e seja cumprido o projeto, programa e respetivo conteúdo funcional previsto para o HSM», lê-se no documento que vai ser enviado ao ministro da Saúde e à Administração Regional de Saúde do Centro. A moção lembra que o HSM é, a nível nacional, «um dos que apresenta piores instalações físicas que, atendendo à sua idade, manifestam um estado de degradação acentuado», tendo ocorrido recentemente o fecho da cozinha «por falta de condições de salubridade». Em 29 de maio de 2009, o então primeiro-ministro José Sócrates procedeu ao lançamento da primeira pedra do novo edifício e ao anúncio da requalificação das antigas instalações, é assinalado. Com a mudança de Governo, segundo a autarquia, tudo aponta para que a Guarda fique «com meio hospital novo e o restante nas mesmas condições de sempre» e as novas instalações «terão de funcionar com mobiliário e equipamento com mais de 15 anos». «Se abriram outros hospitais sem sobressaltos como Vila Franca de Xira, Loures, Lamego, etc., tendo sido respeitados os respetivos programas, na Guarda corremos o risco de ficar com meio hospital e com 1/3 do equipamento», refere-se na moção apresentada por Virgílio Bento. O presidente da Câmara Municipal, Joaquim Valente, disse que a maioria socialista estava «totalmente de acordo» com a moção, alegando que o Governo do PS procurou «dotar a cidade com um equipamento de excelência». Quando o atual Governo do PSD/CDS-PP chegou ao poder reformulou o projeto inicial e «a primeira coisa que fez foi cortar 40 milhões» relativos à segunda fase da obra, disse. O vereador Rui Quinaz (PSD) votou contra, alegando que a moção «é pura demagogia», porque «está em curso a transferência de serviços para a nova unidade» e a sua inauguração está prevista para o mês de setembro. A vereadora Ana Fonseca, também eleita pelo PSD, optou pela abstenção por discordar da apresentação da moção nesta fase e por considerar que a Guarda «tem sido seriamente prejudicada» pelos «sucessivos» recuos do projeto do hospital.