“É o evento do concelho que tem repercussão maior em termos nacionais e até internacionais. Temos notado que tem havido uma procura até do lado espanhol superior a anos anteriores”, apontou à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Almeida, António Machado.
A autarquia promove de 30 de agosto a 01 de setembro a 20.ª edição do Cerco de Almeida, recriando episódios históricos durante os ataques das tropas francesas em 1810 que queriam entrar em Portugal por aquela vila, localizada junto à fronteira.
O evento conta com a participação de 500 recriadores de várias nacionalidades.
António Machado destacou que o evento está a gerar grande expectativa, ao contrário do que se esperava por se realizar no último fim de semana de agosto.
“Tínhamos a expectativa de que poderia não ser tão alta como em algumas edições, dado que este é o último fim de semana de agosto, mas temos notado que o programa está a criar grandes expectativas e obrigam-nos a esforços redobrados para podermos acolher bem, como temos acolhido”, assinalou o autarca.
António Machado reconheceu que a questão hoteleira é o maior constrangimento neste evento.
“É o nosso maior ‘handicap’ neste momento. É não termos hotelaria suficiente para albergar aqueles que nos visitam. Gostaria que tivéssemos muito mais oferta porque a economia teria um retorno maior para o esforço que o município faz”, ressalvou.
O autarca disse ter “a esperança num futuro melhor”, tendo em conta que há alguns projetos a aparecer e a possibilidade de a pousada poder reabrir, argumentando que é necessário que haja uma boa oferta ao nível da hotelaria e da restauração para um bom acolhimento dos visitantes.
António Machado prevê que os três dias do Cerco haja uma grande dinâmica na economia local.
“Os operadores vão estar completamente cheios. Deixo a sugestão para que as pessoas pudessem marcar antes até para garantir que são atendidos e tenham refeições, porque realmente estes dias vão ser dias de muita gente no concelho”, sustentou.
Este ano, o programa da recriação inclui um espetáculo de Mariza, na noite de 31 de agosto, um sábado, para alterar um pouco o figurino do evento.
“Quisemos alterar a oferta que tínhamos que era mais associada à parte clássica. Será um momento de diversão para todos os visitantes e para poderem ver os cenários excelentes de Almeida de outra forma”, assinalou o autarca.
Para o presidente da Câmara de Almeida, o sucesso do Cerco também se deve à “entrega” do Grupo de Recriação Histórica do Município de Almeida que se tornou uma referência nacional e internacional.
“O rigor é desde o botão da camisa à pluma do chapéu. A entrega do Grupo de Recriação Histórica de Almeida é uma referência muito grande em termos nacionais. É isso que também nos dá essa procura por parte dos outros grupos de recriadores porque há associações napoleónicas um pouco por toda a Europa, mas Almeida está marcada internacionalmente”.
António Machado descreveu que há vários grupos, alguns com quase 50 elementos, que regressam ano após ano para participar no Cerco e o Grupo de Almeida também participa em várias criações também no estrangeiro.