Oposição na Câmara da Guarda chumba empréstimo para obra que prevê nova avenida

Edificiocamara 2022

Os eleitos do PSD e do PS voltaram também a reprovar o pedido de empréstimo de 7,6 milhões de euros para vários investimentos, mantendo assim a posição manifestada em abril.

A oposição na Câmara da Guarda chumbou ontem um empréstimo para financiamento da obra que prevê a construção de uma nova variante e voltou a reprovar o pedido de empréstimo para financiamento de investimentos municipais.

O executivo municipal liderado pelo movimento Pela Guarda (PG) apresentou na reunião de Câmara desta segunda-feira a proposta para um empréstimo no valor de 9,7 milhões de euros para financiar a obra de regeneração urbana do Vale do Cabroeiro, que prevê a construção de um novo acesso entre a VICEG (Via de Cintura Externa da Guarda) e o centro da cidade, na rotunda dos Efes, conhecida também como rotunda da Ti Jaquina.

O projeto de execução foi aprovado pela Câmara, por unanimidade, em abril, mas ontem os três eleitos do PSD e a vereadora do PS votaram contra a contratação do empréstimo, por considerarem ser cedo para assumir esse compromisso.

“É uma obra fundamental e é do interesse para a Guarda que seja feita. Mas o empréstimo deve ser adiado até o processo de expropriações estar adiantado”, sustentou Adelaide Campos, eleita pelo PS.

O vereador do PSD, Carlos Chaves Monteiro, também referiu que o “processo está no início” e que ainda “não foi feito nada” que justifique a contratação do empréstimo.

De nada valeram os argumentos do presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, de que os processos devem andar em paralelo para ganhar tempo.

“Deixaram entender que não queriam que a obra se iniciasse neste mandato. Não nos deixam trabalhar. Não nos deixam fazer”, acusou o autarca.

Os eleitos do PSD e do PS voltaram também a reprovar o pedido de empréstimo de 7,6 milhões de euros para vários investimentos, mantendo assim a posição manifestada em abril.

O PG voltou a apresentar ontem a proposta de empréstimo acompanhada de um parecer jurídico que alude a “infundada mudança” no sentido de votação dos autarcas da oposição.

O presidente da Câmara acusou os eleitos do PSD e do PS de fazerem “tábua rasa” do parecer e considerou ser uma posição “manifestamente grave do ponto de vista político e para o desenvolvimento do território”.

Este empréstimo destinava-se a suportar os investimentos que estão a ser feitos nas freguesias para requalificação das estruturas danificadas pelos incêndios de 2022, reparar danos das cheias e intempéries e obras de requalificação do parque infantil do Parque Urbano do Rio Diz e estaleiros municipais.

O vereador Carlos Chaves Monteiro assinalou que a proposta não trouxe nada de novo e reiterou as razões apresentadas em abril. O social-democrata acusou o presidente da Câmara de “gastar o dinheiro da tesouraria em coisas supérfluas e para os investimentos de fundo recorrer a empréstimos bancários”.

A socialista Adelaide Campos também continua a defender que o empréstimo representa um “endividamento penoso” para a autarquia.

Os vereadores da oposição questionaram ainda o executivo sobre a decisão de adiar a 8.ª edição do Simpósio Internacional de Arte Contemporânea (SIAC) que deveria ter decorrido de 12 a 20 de junho. O vereador do PSD, Vítor Amaral, perguntou se o SIAC é para reagendar e é uma marca para manter e a vereadora do PS considerou que é um evento que traz valor à cidade. Sérgio Costa respondeu que a situação está a ser reavaliada e que em breve será tomada uma decisão.

No dia em que o SIAC deveria ter início, a Câmara da Guarda divulgou uma nota anunciando que o evento não se iria realizar na data prevista “devido a constrangimentos de calendário”.


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