As peças de teatro serão apresentadas no palco do Pequeno Auditório do Teatro Municipal da Guarda (TMG), entre 21 de maio e 13 de junho. Os atores pertencem a quatro grupos de alunos das escolas Carolina Beatriz Ângelo, da Escola Secundária da Sé e da Escola Secundária Afonso de Albuquerque.
Os espetáculos são resultado do projeto dinamizado por Daniel Rocha, ator, encenador e professor, que quis levar “os miúdos a frequentar o teatro”.
O mentor do ciclo Teatro na Escola disse à agência Lusa que não faz sentido existir um teatro na cidade e a população mais jovem não usufruir do espaço.
Daniel Rocha salientou o acolhimento muito positivo da proposta junto da Câmara da Guarda, dos agrupamentos e dos alunos, tendo a maior dificuldade sido a de encaixar a iniciativa nos horários escolares.
A ideia era permitir a participação dos alunos que residem nas aldeias, com a necessidade de ajustar também aos horários dos transportes.
O projeto arrancou em novembro de 2023 com uma componente de expressão dramática e em janeiro avançou para as aulas de teatro e preparação dos espetáculos.
As peças escolhidas estão enquadradas nos temas da atualidade, nomeadamente os 50 anos de Abril.
“Todas as peças têm a visão de que temos de agir e fazer alguma coisa para abanar a sociedade em que vivemos. Nem que seja a sociedade em que eles [alunos] estão envolvidos, que é para, obviamente, crescerem”, sustenta Daniel Rocha.
Os elencos são compostos por cerca de 40 alunos, dos 12 aos 17 anos, e três professores.
A primeira peça “O Bojador” é apresentada no dia 21 de maio por alunos da Escola Carolina Beatriz Ângelo.
“A propósito do 25 de Abril vamos fazer a ligação com a ideia da descoberta de novos horizontes e de novos caminhos”, revelou Daniel Rocha.
No dia 23 de maio sobe ao palco a peça “Não Vai Ser Uma Revolução… Pelo Menos por Enquanto!” interpretada pelo grupo da Escola Secundária da Sé, tendo como cenário a tarde de 24 de abril quando um grupo de jovens se prepara para receber Zeca Afonso e, entretanto, se dá a Revolução.
No dia 25, a proposta do grupo de alunos do secundário da Escola Afonso de Albuquerque é “Felizmente há Luar”, uma peça original escrita de propósito pelo dinamizador do ciclo Teatro na Escola.
“Fala muito sobre a atualidade. A existência de pessoas a viver nas ruas em tendas e que questiona se existirá um luar à nossa espera”, sublinhou o encenador.
A última peça, “Vanessa vai à Luta”, é apresentada no dia 13 de junho pelos alunos do 3.º ciclo do ensino básico da Escola Secundária Afonso de Albuquerque.
“Fala um pouco da emancipação da mulher e do jogo eterno dos brinquedos de menina e brinquedos de menino. Do filho que está a ver televisão e da filha que é sempre chamada para ir lavar a louça ou pôr a mesa”, descreveu o encenador.
Daniel Rocha assinalou que encontrou participantes “muito bons” que se podem revelar futuras surpresas na área das artes, defendendo ser necessário dar condições para que os alunos possam continuar a explorar o teatro à semelhança do que acontece com a música, por ser uma “boa disciplina para o seu crescimento”.