“Esperamos que este projeto seja transformado num projeto de estudo do tema, mas ao mesmo tempo que seja consequente e que, com isso, consigamos levar transformações para as nossas aldeias contempladas no projeto. Temos de introduzir neste projeto criatividade, mas criatividade consequente”, destacou.
Durante a sessão de abertura do seminário “Rede de Aldeias para o Futuro – Aldeias Bauhaus EUROACE”, que decorreu ao longo da manhã de hoje na sede da CCDR do Centro, em Coimbra, Isabel Damasceno sublinhou a importância deste tema ser trabalhado “de forma construtiva e consequente”.
“Este é um tema que está na moda e é muito solicitado. No entanto, é difícil dar sequência para transformar os pensamentos em projetos concretos e objetivos”, acrescentou.
O projeto Rede de Aldeias para o Futuro, um dos 20 vencedores do primeiro convite à apresentação de propostas do Novo Bauhaus Europeu da DG RÉGIO, é liderado pela Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, abrangendo seis Aldeias da região EUROACE: Alentejo, Centro de Portugal e Extremadura espanhola.
Envolve duas aldeias da região Centro de Portugal: Dornelas do Zêzere (Pampilhosa da Serra) e Sortelha (Sabugal); duas aldeias do Alentejo: São Pedro do Corval (Reguengos de Monsaraz) e Marco (Arronches), e ainda duas aldeias da Extremadura espanhola: Moraleja e Llerena.
Trata-se de um projeto transfronteiriço, de assistência técnica que visa apoiar a conceção de intervenções locais tendo como enquadramento os pilares da Nova Bauhaus Europeia.
Ao longo da sua intervenção, a presidente da CCDR do Centro destacou a nova abordagem que é dada às aldeias, tendo por base os três pilares da Nova Bauhaus Europeia: a sustentabilidade, inclusão e estética, que está a ser desenhada em conjunto pelos agentes locais e regionais.
“Tem todas as condições para que estas aldeias se afirmem como território piloto para o desenvolvimento e experimentação de novas políticas e novos processos de valorização social, económica, paisagística e ambiental que possam, posteriormente, ser alargados a outras aldeias do território de Portugal e Espanha e de outros Estados membros da União Europeia”, considerou.
Já o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, António Ceia da Silva, aproveitou a ocasião para evidenciar a importância da união, cooperação e trabalho em conjunto.
“É cada vez mais necessário não ver Portugal e Espanha, mas ver Portugal com Espanha. Ou seja, nós temos de trabalhar em conjunto”, concretizou.
No seu entender, o projeto Rede de Aldeias para o Futuro é um projeto “de esperança, de mudança e de transformação”.
“Estamos muito entusiasmados com o interesse e as ideias que este projeto já despertou. Espero que esta ação possa conduzir ainda mais para que a transformação aconteça e para validar cada vez mais pessoas que queiram fazer acontecer”, referiu.
A representar a Extremadura espanhola esteve Eulalia Moreno de Acevedo, diretora geral de Urbanismo e Ordenamento do Território da Junta da Extremadura, que vincou também a importância de se trabalhar em rede, num projeto que é “um sonho grande” e “ambicioso”, mas que se conseguirá concretizar com “trabalho e cooperação”.
A cerimónia serviu também para formalizar a assinatura do protocolo “Rede Aldeias Bauhaus EUROACE”.