O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai criar uma bebida à base de cereja e mirtilo com propriedades antidiabéticas, informou hoje, dia 1 de fevereiro, o estabelecimento de ensino superior.
Em parceria com empresas da região, os investigadores e estudantes envolvidos no projeto “RedFruit4Health”, financiado em 312 mil euros pelo Plano de Recuperação e Resiliência – PRR, irão desenvolver um produto com efeitos promotores de saúde que possa ser comercializado com recurso a produtos endógenos da Beira Interior.
“Os frutos vermelhos, tais como a cereja e o mirtilo, são conhecidos por serem uma grande fonte de nutrientes e pelos vários benefícios que apresentam para a saúde, desde as propriedades anti-inflamatórias até à prevenção da diabetes”, afirma Luís Rodrigues da Silva, investigador no IPG e coordenador do projeto.
“Na conceção da bebida que temos em vista, vamos realizar ensaios pré-clínicos para garantir que o produto que vier a ser produzido mantém as propriedades originais das frutas vermelhas utilizadas”, refere ainda o coordenador do projeto.
O “RedFruit4Health” prevê também a criação de menus saudáveis e sustentáveis à base de produtos endógenos da região da Beira Interior, inspirados na dieta mediterrânica para serem acompanhados pela nova bebida. Estes menus serão depois integrados nos setores de restauração local e em cantinas escolares.
“Sendo a desnutrição um dos maiores desafios da atualidade, queremos contribuir para um equilíbrio entre a saúde, a nutrição e o que de melhor a nossa região tem para oferecer”, afirma Luís Rodrigues da Silva.
A equipa de investigação do IPG está, neste momento, a trabalhar em parceria com a Cerfundão e a Beira Berry, produtoras agrícolas, e a 7.cbafruit, empresa que produz e distribui sumos de fruta.
O projeto tem ainda como parceiros a Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela (ADRUSE), a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), o Pólo de Inovação da Covilhã, a INOVA+, a Associação de Agricultores para Produção Integrada de Frutos de Montanha (AAPIM), o laboratório Egianálise, o grupo hoteleiro Esquila Real, e os restaurantes Tertulimbatível e Nevão de Estrelas.
“Este projeto mostra bem como a política que o Politécnico da Guarda adotou de contratar recursos humanos altamente qualificados para investigarem – e produzirem conhecimento, ciência e inovação – em parceria com o tecido empresarial da região está a produzir bons resultados”, afirma Joaquim Brigas, presidente do Politécnico da Guarda.
“Neste caso, as condições edafológicas da Guarda – a conjugação dos seus solos com o seu clima – estão a ser colocadas ao serviço, quer da economia da região, quer da aprendizagem e da produção de conhecimento por parte dos alunos”, adianta a mesma fonte.
O “RedFruit4Health” foi apresentado publicamente na Quinta de Ciência Viva para Agricultura Biológica, em Idanha-a-Nova, na presença do primeiro-ministro, António Costa, da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, da ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e do secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Teixeira.
A cerimónia, realizada no dia 25 de janeiro, teve como objetivo a apresentação dos seis projetos contratualizados no âmbito da iniciativa “Alimentação Sustentável” da Agenda de Inovação Terra Futura.
“Liderar este projeto ‘RedFruit4Health’ fortalece o compromisso do Politécnico da Guarda em colocar a inovação e a investigação ao serviço da economia e do tecido social local e nacional”, afirma Joaquim Brigas.
“O desenvolvimento da região da Guarda está a ser reforçado pela transferência de conhecimento da academia para o tecido empresarial, o que torna a nossa sociedade civil mais qualificada e mais forte”, conclui o presidente do IPG.