A Direção-Geral do Património Cultural deu início ao procedimento de alteração da área classificada da antiga vila de Linhares da Beira, no concelho de Celorico da Beira, e da sua reclassificação para conjunto de interesse nacional/monumento nacional.
Num despacho publicado ontem, dia 28 de dezembro, em Diário da República, o diretor-geral do Património Cultural, João Carlos dos Santos, determina a abertura do procedimento de alteração da área classificada como conjunto de interesse público e a sua reclassificação para conjunto de interesse nacional/monumento nacional e de redenominação para “Zona Histórica da Vila de Linhares da Beira, na freguesia de Linhares, concelho de Celorico da Beira, distrito da Guarda”.
“A antiga vila de Linhares da Beira, classificada como CIP [conjunto de interesse público], e os imóveis localizados na zona geral de proteção (50 metros contados a partir dos seus limites externos) continuam abrangidos pelas disposições legais em vigor”, segundo o documento.
O presidente da Câmara Municipal de Celorico da Beira, Carlos Ascensão, disse à agência Lusa que o processo de classificação de Linhares da Beira insere-se no âmbito da rede das 12 Aldeias Históricas de Portugal.
Segundo o autarca, o processo permitirá que todas as aldeias esbatam “algumas dissonâncias” que ainda existam e que, numa fase posterior, possam ser candidatadas a Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
“É para que a rede das 12 [Aldeias Históricas] seja abrangida e é esse o processo que está em curso”, indicou.
No tocante a Linhares da Beira, Carlos Ascensão referiu que a reclassificação da localidade para monumento nacional “dá um estatuto diferente, porque já permite algum tipo de ações, de candidaturas, que antes não era possível fazer”.
“Isto abre-nos outras portas e outra dimensão, mas também nos traz outras responsabilidades em termos da exigência da preservação dos padrões, e não permitir que certas coisas aconteçam à revelia”, afirmou.
Por outro lado, salientou que há muito trabalho para fazer, porque nas várias Aldeias Históricas existem “dissonâncias” que é preciso ultrapassar.
“Há todo um padrão que é preciso respeitar e este estatuto que agora está em curso vai aumentar o grau de exigência e de rigor e o critério tem que ser mais apertado”, admitiu.
Com a reclassificação em curso, que permitirá que as 12 Aldeias Históricas sejam monumento nacional, também existirá “outro tipo de possibilidades de valorização” das localidades “em termos de produto turístico”.
“É, de facto, um orgulho que nós tenhamos as 12 aldeias [classificadas] como monumento nacional, porque, depois, segue-se uma candidatura a património da UNESCO, que é isso que temos no horizonte”, rematou o presidente da Câmara Municipal de Celorico da Beira que também preside à Aldeias Históricas de Portugal – Associação de Desenvolvimento Turístico.
A Rede das Aldeias Históricas de Portugal abrange Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso.