O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, considerou ontem, 20 de dezembro, que o “grande desafio político” é atrair pessoas e empresas para o concelho.
“Temos que dar todos as mãos para podermos puxar pessoas para a Guarda. Pessoas, investimentos e empresas. E é esse, efetivamente, o grande desafio político”, afirmou o autarca eleito pelo movimento Pela Guarda (PG) na reunião de ontem da Assembleia Municipal (AM).
Na resposta a deputados do PSD e do PS, Sérgio Costa afirmou que esse desafio “é de todos”: “Não é só do presidente da Câmara [e] do executivo que faz o favor de me acompanhar. Não. É de todos nós. É um dos grandes desafios do nosso futuro”.
A este propósito, lembrou que no Dia da Cidade, 27 de novembro, o município inaugurou um “Espaço Tecnológico” no centro histórico e atraiu para a Guarda “uma grande empresa que estava apenas sedeada em Lisboa”.
“E conseguimos atraí-la [a empresa] para o nosso território, para poder, no espaço de três anos, empregar 150 pessoas, grande parte delas vindas de fora da Guarda”, disse.
Na sua opinião, atrair pessoas para o território “é um desafio constante”, seja “com algumas alavancas que o município da Guarda possa ter, seja usando também alguns planos que o Estado central possa ter”.
Na intervenção, após ouvir referências à falta de alojamento para estudantes do ensino superior, o presidente da autarquia disse que o município entregou este ano cerca de 100 camas ao Instituto Politécnico e está disponível “para entregar já mais algumas”.
Apontou, ainda, que neste momento, o município está a ter um custo mensal de cinco mil euros com a manutenção e combustíveis em residências estudantis.
Sérgio Costa lembrou que nos avisos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que houve este ano, “não foi possível enquadrar nem a Guarda, nem Castelo Branco, nem Faro, nem outros locais do país com candidaturas aprovadas” para residências de estudantes.
A autarquia está a acompanhar o Instituto Politécnico da Guarda na elaboração de novas candidaturas para que possam ser requalificados espaços existentes, se for necessário, para que sejam dadas mais condições aos alunos que queiram estudar na cidade.
No campo cultural, o presidente da autarquia foi questionado sobre a candidatura de apoio ao Teatro Municipal da Guarda (TMG), que foi aprovada pela Direção-Geral das Artes (DGArtes).
Referiu que a candidatura “obrigaria a que o município da Guarda, para receber em 2022 [o valor de] 200 mil euros, teria que gastar 780 mil euros”.
“E isto iria continuar a acontecer durante os próximos três anos. Ou seja, para podermos receber em quatro anos 800 mil euros, teríamos que executar cerca de três milhões de euros”, observou.
Explicou, depois, que em 2019 o TMG investiu 363 mil euros e este ano, a autarquia teria que investir “os ditos 800 mil euros”.
Perante a situação, o município não assinou o contrato com a DGArtes e espera, num futuro próximo, estar em condições para “estudar um outro tipo de candidatura”.
A reunião de ontem da AM, presidida por José Relva (PG), também aprovou, por maioria (50 votos a favor, 13 contra e 16 abstenções), entre outros documentos, o orçamento municipal para 2023, no valor de 67,7 milhões de euros, que é superior ao de 2022 (no valor de 63,4 milhões de euros).
O orçamento tinha sido aprovado, também por maioria, com o voto a favor dos três eleitos do PG e com a abstenção dos três vereadores do PSD e do vereador do PS, na reunião do dia 28 de novembro.