“É um momento simbólico para um projeto que é um projeto histórico e da maior importância não só para a Guarda, mas para todo o país”, disse esta segunda-feira Ana Mendes Godinho aos jornalistas, no final de uma visita ao local onde será instalado o futuro porto seco daquela cidade.
Segundo um decreto-lei publicado na sexta-feira em Diário da República (DR), a gestão do terminal ferroviário de mercadorias da Guarda vai passar da Infraestruturas de Portugal (IP) para a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).
O decreto-lei entrou em vigor no sábado, mas as transferências de bens e de competências no terreno só entrarão em vigor em 01 de setembro.
A decisão vai permitir que seja criado na cidade beirã um porto seco, cujo conceito legal criado em 2019 “potencia a concentração e o desembaraço das mercadorias que circulam entre armazéns de depósito temporário, aumentando a competitividade dos portos e do setor exportador e importador nacional”, segundo o texto legislativo.
Hoje, simbolicamente, a publicação do decreto-lei foi assinalado com uma visita ao local onde o porto seco será instalado, junto da estação dos caminhos de ferro, que incluiu a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, o secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel, a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, e o presidente da Câmara da Guarda, entre outros responsáveis.
No final da visita, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social disse que a visita técnica permitiu avaliar o espaço da expansão do primeiro porto seco do país “e onde ele se deve projetar para garantir que é um projeto de futuro”.
Ana Mendes Godinho disse esperar que “todas as pessoas da Guarda” se revejam no projeto, “para que seja um projeto de futuro”.
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, declarou, por sua vez, tratar-se de um projeto “importantíssimo para a Guarda”, pela sua posição “geoestratégica única”, pela confluência das linhas ferroviárias da Beira Alta e da Beira Baixa e pela existência da autoestrada A25 “que liga diretamente ao porto de Aveiro, da Figueira da Foz e, depois, ao porto de Leixões”.
A governante referiu que o Governo pretende criar um porto seco “que sirva a Guarda, que sirva as Beiras e que sirva o Interior”, admitindo tratar-se de “uma infraestrutura única no país”.
“Eu diria que nós todos temos que trabalhar para que no espaço de dois anos, ou um pouco mais, ele seja uma realidade”, disse.
O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa (Movimento Pela Guarda), referiu aos jornalistas que é necessário percorrer vários passos para que o porto seco “surja no mais curto espaço de tempo, em estreita harmonia, sempre, com as populações locais”.
“Não há ninguém na Guarda e na região que não queira o porto seco, mas tem que ser no local certo. Estamos a fazer o caminho (…) para que seja possível concretizar o início da laboração do porto seco no mais curto espaço de tempo”, assegurou o autarca da cidade mais alta do país.