“É com muita satisfação que enquanto presidente da Câmara da Guarda, eu e todo o executivo, recebemos a notícia da publicação, hoje, da legislação consequente ao porto seco. E, de facto, é um primeiro passo para a sua efetividade na Guarda, na medida em que, já em 2016, nas Conferências da Guarda, falava no terminal rodoferroviário e da importância estratégica para os próximos 50 anos para a economia da Guarda da promoção do terminal rodoferroviário e tudo o que anda à volta dele”, disse o autarca à agência Lusa.
O Governo aprovou esta quarta-feira, em Conselho de Ministros, um decreto-lei que transfere para a APDL – Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, S. A. a gestão do Terminal Ferroviário da Guarda.
“O diploma concretiza a integração entre a modalidade ferroviária e marítima no transporte de mercadorias, através da gestão de infraestruturas concentrada na autoridade portuária”, segundo o comunicado do Governo.
O presidente da autarquia da Guarda, Sérgio Costa (Movimento Pela Guarda), referiu à Lusa que a decisão do Conselho de Ministros “é muito importante”.
Segundo o autarca, este “é um primeiro passo para a afirmação e reafirmação da Guarda no futuro da logística não só nacional, mas regional, nacional e até ibérica”.
“Porque, a partir de agora, com a criação do porto seco da Guarda e abrindo a gestão do terminal rodoferroviário à APDL, as empresas da Guarda, de toda a região, as empresas de transportes, os transitários, todos eles, podem a partir daqui fazer as suas operações de importação e de exportação de mercadorias e, desta forma, criarmos esta alavanca para a economia local, para fixar mais empresas e as empresas gerarem mais riqueza e, consequentemente, criarem mais postos de trabalho no nosso território”, justificou.
Referiu que o município pretende que, “no imediato, se comece a operar no espaço atual [do terminal rodoferroviário], mas, em termos de futuro, tem que ser feito um trabalho de médio e longo prazo, no local certo”.
“O porto seco tem de ser feito no local certo, em estreita sintonia, em estreito diálogo, com as entidades responsáveis e com a população, porque ninguém quer ver surgir uma plataforma térrea da altura do telhado das suas casas”, afirmou.
Sendo o primeiro porto seco do país “terá que ficar rapidamente apto para trabalhar com todos os portos do Centro e Norte do país para que a Guarda se afirme cada vez mais como o ‘hub’ logístico de Portugal e da Península Ibérica”, considera.
A Federação Socialista da Guarda, presidida por Alexandre Lote, emitiu um comunicado onde afirma que o dia de hoje é “histórico para a Guarda”.
O PS “felicita António Costa e Ana Mendes Godinho pela ambição, visão e capacidade de assegurar a concretização de um dos mais importantes – senão o mais importante – investimento para o futuro do distrito da Guarda e do interior do país”.
Para o partido, a criação de um porto seco na Guarda “permitirá o aumento da competitividade das empresas do distrito, uma maior capacidade de atração do investimento para a região e constitui-se, até agora, como a nossa grande oportunidade deste século”.