A Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço promove no próximo dia 8 de outubro, sexta-feira, às 18 horas, uma conferência intitulada de “Ciência, poesia e política: uma improvável auto-biografia”, por Boaventura de Sousa Santos.
Esta conferência, transmitida via Streaming, integra o Ciclo de Conferências Internacionais “A Europa dos Escritores”, que a BMEL tem vindo a organizar em parceria com o CLEPUL – Universidade de Lisboa, nos dois últimos anos.
Boaventura de Sousa Santos escreveu as seguintes considerações sobre as temáticas e interpelações que se propõe desenvolver durante a conferência: “A poesia e a ciência são dois mundos incomunicáveis? Na minha trajectória pessoal e profissional sempre estiveram juntas. E sempre foram acompanhadas pela intervenção política cidadã, não partidária. Mantiveram as suas respectivas identidades, mas sempre se enriqueceram mutuamente. Como? Acabei por ser sobretudo conhecido como sociólogo apesar de continuar a escrever e a publicar poesia (durante anos apenas no Brasil). Porque é que a poesia não conseguiu ser mais conhecida? Porque é má poesia? Porque nas nossas sociedades somos distribuídos por caixas e a de sociólogo foi a que me foi destinada? Devo reconhecer que ultimamente a minha poesia tem vindo a ser mais conhecida. Isso me leva a reflectir”.
Doutorado pela Universidade de Yale, Boaventura de Sousa Santos, é Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Distinguished Legal Scholar da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) e Diretor Emérito do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Autor reconhecido e premiado em diversas partes do mundo, tem escrito e publicado extensivamente nas áreas de sociologia do direito, sociologia política, epistemologia e estudos pós-coloniais, sobre movimentos sociais, globalização, democracia participativa. De sua vasta obra, destacamos os últimos: “O fim do império cognitivo” (Almedina, 2018); “O futuro começa agora. Da pandemia à utopia” (Edições 70, 2020). É também poeta. Publicou, entre outros: “Têmpera” (1980), “Madison e outros lugares” (1989), “Pitaia e açaí. Poemas de amor e várias canções talvez desesperadas” (2021).
O Ciclo de Conferências Internacionais “A Europa dos Escritores” tem a coordenação científica de Jorge Maximino.