Faleceu na passada sexta-feira, dia 12, José Augusto dos Santos Alves, natural da Guarda, considerado uma referência nos estudos sobre a imprensa periódica em Portugal.
Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mestre em História Cultural e Política, doutor e agregado em História e Teoria das Ideias (História das Ideias Políticas), pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Foi também Professor Associado na Universidade Autónoma de Lisboa, onde lecionou História dos Media e História da Cultura Portuguesa, na Licenciatura em Ciências da Comunicação.
“Ficamos a dever-lhe obra incontornável para a história da imprensa e da opinião pública, da informação e da contrainformação, e da expansão do periodismo em Portugal, obra que se distingue pelo rigor e abundância de testemunhos colhidos nas fontes em que suporta as suas teses” refere uma nota informativa da Biblioteca Nacional de Portugal.
Foi o principal responsável pela organização do Congresso Internacional de Comunicação “De Gutenberg ao Terceiro Milénio”, realizado na Fundação Calouste Gulbenkian, em 2000. Era membro da Association International des Sociologues de Langue Française (AISLF), Asociación de Historiadores de la Comunicación (AHC) e Foro Iberoamericano sobre Estrategias de Comunicación (FISEC).
Entre outra bibliografia, destaque para “A Opinião Pública em Macau: a Imprensa Macaense na Terceira e Quarta Décadas do Século XIX” e “A Opinião Pública em Portugal (1780-1820)”, ambos editados em 2000; assim como “Comunicação e História das Ideias: a Génese do ‘Editorial Político’”, 2004. Bem como Dicionário do periodismo político português do século XIX. Vol. 1 – A-C (2017), A imprensa de língua portuguesa no Oriente (2017) e O Patriota (1842‑1853). Memória do periodismo de contrapoder (2020), tendo ainda no prelo o seu mais recente trabalho, Espaços de circulação da informação do periodismo político do século XIX: do Setembrismo à Regeneração, do continente à periferia insular.