“As cimeiras ibéricas continuam a debater os tradicionais temas transfronteiriços, que são temas do século XX. Está na altura de debater temas para o século XXI, nomeadamente numa área crucial como é a da saúde”, disse à Lusa Silva e Sousa.
O presidente da Fundação Luso-Espanhola quer apresentar aos governos de Portugal e de Espanha um documento de reflexão sobre a criação de uma rede ibérica de saúde, ainda antes da próxima cimeira, aproveitando o evento para dar visibilidade à ideia que estão a discutir envolvendo vários agentes de saúde.
A cimeira ibérica estava marcada para os próximos dias 01 e 02 de outubro, mas teve de ser adiada, por também a cimeira europeia ter sido adiada e remarcada para essas mesmas datas, ficando ainda em aberto o novo cronograma da reunião entre os governos português e espanhol.
Mas o responsável da Fundação Luso-Espanhola considera que as cimeiras ibéricas estão a desperdiçar oportunidades de lançar novos temas que interessem às populações dos dois países e propôs-se juntar agentes da sociedade civil para pensarem a criação de um cartão ibérico de saúde.
“Essencialmente, será um cartão que permite a um português ou a um espanhol ter acesso aos serviços de saúde em qualquer um dos países, sem burocracias nem complicações”, explicou José António Sousa e Silva.
Esse cartão permitiria aos cidadãos dos dois países marcarem uma consulta num hospital ou numa clínica de qualquer dos lados da fronteira, bem como criar sinergias entre os profissionais de saúde ibéricos.