PSD questiona Governo sobre supressão de comboios na Linha da Beira Alta

A CP disse que, “no cenário de retoma gradual da atividade económica do país”, a empresa “não repôs a oferta habitual a 100% nesta ligação”.

O deputado do PSD Carlos Peixoto questionou o Governo sobre os motivos da supressão de três ligações do comboio Intercidades na Linha da Beira Alta, duas no sentido Lisboa-Guarda e uma no sentido Guarda-Lisboa, foi hoje anunciado.

Carlos Peixoto, eleito pelo círculo eleitoral da Guarda, questionou o ministro das Infraestruturas e da Habitação sobre “o que motivou, em concreto, a supressão de ligações Guarda-Lisboa e vice-versa na Linha da Beira Alta”, se foi feito algum estudo sobre as quebras na procura e, em caso afirmativo, “que dados concretos foram sopesados pela administração da CP” para tomar a decisão.

O deputado quer também saber em que data previsível “se espera que as ligações sejam repostas” e se medida idêntica “foi também tomada noutras linhas de comboio”.

No documento, Carlos Peixoto sublinha que, “quem utiliza regularmente a Linha da Beira Alta, lida não só com o drama dos sucessivos incumprimentos dos horários dos comboios obsoletos que por lá circulam, como está confrontado, desde há uns meses, com a supressão de duas ligações entre Lisboa e a Guarda e vice-versa”.

O social-democrata refere ainda que a decisão da administração da CP, “validada pelo Governo, nem que seja por omissão, e tomada sem pré-aviso e sem consulta ou articulação com as autarquias (via Comunidades Intermunicipais) e com os agentes que a Linha serve, é um pontapé na coesão territorial e é mais um custo imposto aos territórios do interior”.

“A decisão da CP ter-se-á alegadamente apoiado na diminuição da procura provocada pela covid-19 e pelo confinamento que se seguiu, ajustando a oferta à procura do serviço. Mas, se assim foi, não deixa de ser estranho que, por exemplo, na rota Guarda-Lisboa, o primeiro horário a ser suprimido no período do estado de emergência fosse o da manhã e agora, sem razão aparente, seja o da tarde (o antigo IC das 19:07), o que dá a ideia de cortes aleatórios e casuísticos, sem qualquer estudo a sustentá-los”, aponta Carlos Peixoto.

Em resposta anteriormente dada à agência Lusa, a CP disse que, “no cenário de retoma gradual da atividade económica do país”, a empresa “não repôs a oferta habitual a 100% nesta ligação”.

“Assim, desde o passado dia 31 de maio, as ligações Lisboa – Guarda passaram a ser asseguradas por dois comboios Intercidades, por sentido. A CP vai manter diariamente a monitorização da procura destes serviços para introduzir eventuais alterações ou reforços de capacidade, sempre que a evolução da procura o justifique”, indicou então.


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