O líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal da Guarda defendeu hoje a instalação de um “porto seco” de mercadorias naquela cidade, dado o seu posicionamento estratégico e a existência de uma Plataforma Logística.
Segundo o social-democrata Tiago Gonçalves, a Guarda tem “condições privilegiadas para a logística”, pois passam pela cidade duas linhas ferroviárias (Beira Alta e Beira Baixa) e duas autoestradas (A25 – Aveiro/Vilar Formoso e A23 – Guarda/Torres Novas).
O deputado referiu que a cidade apostou no setor da logística com a criação de uma Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial mas, na sua opinião, “essa aposta pode e deve ser reforçada”.
“Além do terminal ferroviário de que há anos se fala, eu sou a favor de que a Guarda deve pugnar, junto da tutela, para que seja instalado, na Guarda, o primeiro ‘porto seco’ deste país”, disse Tiago Gonçalves no período de Antes da Ordem do Dia da Assembleia Municipal (AM), presidida por Cidália Valbom (PSD).
“Vamos pugnar para ter na Guarda um ‘porto seco’”, apelou o deputado, lembrando que o Governo lançou, há cerca de um ano, legislação para a possibilidade da criação de ‘portos secos’ no território nacional.
Um ‘porto seco’ é “um grande terminal de contentores que se situa num local onde não há mar, onde não há rio, mas num local onde possa ser feita logística propriamente dita”, explicou.
“Vamos pugnar por ter na Guarda um ‘porto seco’, que faça de nós, efetivamente, a porta de entrada de mercadorias da Europa para Portugal, mas também a porta de saída das mercadorias que se fabricam em Portugal para a Europa e para o mundo”, desafiou Tiago Gonçalves.
O deputado social-democrata falou do assunto após a AM ter aprovado, por maioria, com 48 votos a favor, oito contra e cinco abstenções, um voto de protesto, apresentado pelo deputado Henrique Monteiro (CDS-PP), através do qual é manifestada preocupação “com o facto de a Estação da Guarda poder deixar de receber comboios de passageiros que circulem no novo corredor ibérico que passa por Vilar Formoso – Castelo Branco -Lisboa”.
A AM apresenta ao Governo e ao Ministério do Planeamento e das Infraestruturas “um voto de protesto pela subalternização da Estação Ferroviária da Guarda” após a construção da concordância das linhas da Beira Alta e Beira Baixa, nos Galegos, próximo daquela cidade.
No documento, a AM decidiu ainda “solicitar garantias escritas, por parte da tutela, de que a Estação da Guarda será sempre um ponto obrigatório de paragem para comboios de passageiros provenientes da linha da Beira Baixa e com destino a essa linha”.
O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Carlos Chaves Monteiro (PSD), disse, no entanto, que “não está em causa a subalternização da Estação da Guarda” por ser uma cidade onde “historicamente confluem duas das linhas [ferroviárias] mais importantes do país”.
O autarca afirmou que a cidade, pela sua localização geográfica, “tem uma centralidade muito determinante”.
“E é isso que nós queremos manter e reforçar, desde logo, com o ‘porto seco’ ou com o terminal ferroviário. É verdade que a Guarda pode ter aqui uma oferta mais capaz, mais eficiente naquilo que é a concentração logística de mercadorias e a partir daqui podê-las distribuir quer para o mercado espanhol, quer para o restante mercado europeu”, rematou.