A M.R.G Construction S.A., uma das empresas do Grupo Manuel Rodrigues Gouveia, a quem o Governo concessionou a revitalização do lendário Hotel Turismo da Guarda, está com dificuldades financeiras e entregou no Tribunal de Seia um Processo Especial de Revitalização (CIRE).
No documento a que o JN teve acesso, pode ler-se que, no passado dia 3 de julho, o referido Tribunal da Comarca da Guarda proferiu o despacho de nomeação de Jorge Calvete, com escritório em Leiria, como administrador judicial provisório da empresa. De acordo com a mesma decisão, o administrador judicial em causa, que também lidera o processo de insolvência dos bens do GES na Beira Baixa, tem desde aquela data “direito de acesso à sede e demais instalações empresariais” e de “proceder a quaisquer inspeções e exames, designadamente dos elementos da contabilidade”.
O despacho determina também que “os credores dispõem de 20 dias, contados desde a publicação do despacho no portal Citius, para reclamar créditos, devendo as reclamações serem remetidas ao administrador judicial nomeado”.
Balde de água fria
Foi Ana Mendes Godinho, a Secretária de Estado do Turismo, que conduziu todo o processo em estreita colaboração com o então presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro. Contactada pelo JN, Ana Mendes Godinho, que esta quarta-feira acompanhou o Ministro da Economia numa deslocação à Guarda, enviou a seguinte nota à redação: “Estamos a acompanhar o processo é o projeto do hotel turismo da Guarda vai continuar. Estaremos sempre a acompanhar para garantir a boa conclusão do projeto”.
Em representação da empresa em causa, Rodolfo Gouveia confirmou ao JN que uma das participadas do Grupo avançou com o aludido Processo Especial de Revitalização, por causa de “dificuldades na obtenção de resultados em projetos internacionais”. Sem especificar os valores concretos em dívida, Rodolfo Gouveia sempre adiantou que podem estar em causa “cerca de 10 milhões de euros de créditos bancários e não bancários”. Contudo, sendo a MGR Construction S.A. uma das empresas incumbidas de revitalizar o Hotel Turismo da Guarda, o representante do Grupo Empresarial garantiu que “esse projeto é autónomo e não será afetado”. E obras no terreno? “Ainda não sabemos porque temos andado a fazer estudos de mercado”, referiu.