A peça debruça-se sobre a obra “A Lã e a Neve”, de Ferreira de Castro, considerada “uma referência para a identidade da região da Beira Interior, abordando a vida e o trabalho entre a serra e a cidade, por volta dos anos 40 do século passado, durante o período áureo da indústria têxtil na região”.
“A Lã e a Neve” escreve-se em esperanto – a língua artificial criada na tentativa de projetar uma língua universal – Lano kaj Nego. O esperanto é referido na obra através de um personagem emblemático, o Marreta, que representa a busca dos ideais progressistas que Ferreira Castro subliminarmente insere na obra, refere uma nota informativa.
Sinopse
A peça acompanha o percurso de Horácio, de pastor em Manteigas ansiando um dia reunir as condições financeiras para poder ter a casa que sonha para viver com a sua família, até se tornar tecelão numa fábrica na Covilhã e confrontar-se com a dura realidade do operariado. Enquadrada nos anos 40 do séc. XX, durante o período da Segunda Guerra Mundial e com a ditadura em Portugal como pano de fundo, olha-se para a serra isolada e para as condições precárias em que vivem aqueles serranos, e olha-se para o auge do mundo industrial e têxtil na Covilhã onde o trabalho se torna uma reivindicação social importante.
