“A CP – Comboios de Portugal informa que, na sequência das negociações, desenvolvidas nos últimos dias e concluídas pelas 18 horas de sábado, entre a administração da empresa e as organizações sindicais, foi desconvocada a greve prevista para o próximo dia 19 de fevereiro de 2018”, anunciou a empresa em comunicado.
Prevê-se assim “a normal circulação de comboios da CP em todo o país, para os dias 18, 19 e 20 de fevereiro de 2018”, informou a empresa.
A greve convocada por diversas organizações sindicais ameaçava a circulação de comboios no dia 19 de fevereiro e perturbações já hoje e também na terça-feira.
No comunicado, a administração da empresa congratula-se com “a colaboração e capacidade de diálogo das organizações representativas dos trabalhadores, que permitiram encontrar os consensos necessários para evitar esta greve”.
No início do mês foi anunciado o pré-aviso de greve apresentado pelos sindicatos não subscritores do recente acordo de regulamento de carreiras na empresa, reivindicando a “diminuição das desigualdades salariais, aumentadas com a última proposta de regulamento de carreiras apresentada e implementada pela administração da empresa”.
Numa posição assinada por quatro associações sindicais – SNTSF (Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário), SFRCI (Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante), SINFA (Sindicato Nacional de Ferroviários e afins) e ASSIFECO (Associação Sindical Independente dos Ferroviários da Carreira Comercial) – referia-se a posição de querer negociar o regulamento de carreiras.
Os sindicatos criticavam que aos “trabalhadores com baixo salários” era proposta “uma tabela em que o índice 100 é de 555,81 euros, abaixo do valor do salário mínimo nacional, que é de 580 euros”.
“Aos trabalhadores representados pelas ORT (organizações representativas de trabalhadores) que não assinaram o acordo de regulamento de carreiras querem oferecer umas migalhas – dos 2,6 milhões de euros que a CP vai distribuir -, depois de se verificar o congelamento de salários nos últimos sete anos”, denunciavam os sindicatos que apontavam também a falta de resultados em termos de aluguer e compra de material circulante.
A FECTRANS – Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações tinha dito que a administração da CP “queria pôr termo à luta dos trabalhadores, com promessas vagas de reabertura da negociação mais tarde” o que os sindicatos rejeitavam afirmando que a solução para evitar a greve tinha de “passar por coisas concretas e que se reflitam na remuneração dos trabalhadores desde já”.