“A ideia por nós defendida é fazer a interligação entre o Douro Internacional e o Alto Douro Vinhateiro”, enfatizou o presidente da AMDS, Nuno Gonçalves, que é também presidente da câmara de Torre de Moncorvo.
Para desenvolver uma primeira fase do projeto da futura ecopista intermunicipal – que consiste na limpeza e desobstrução de parte do canal ferroviário nos concelhos de Torre de Moncorvo e Miranda do Douro -, foram garantidos 350 mil euros provenientes de fundos do quadro comunitário “Portugal 2020“.
A linha ferroviária do Sabor ligava o concelho de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, ao Pocinho, no concelho de Vila Nova de Foz Côa (Guarda) atravessando Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo.
Segundo Nuno Gonçalves, o canal ferroviário está “em muito mau estado” e em certos locais não se sabe onde está o antigo traçado, devido à vegetação.
No concelho de Miranda do Douro, vai-se proceder à limpeza de 16 quilómetros de canal ferroviário entre as antigas estações de caminho de Ferro de Sendim e Duas Igrejas. No concelho de Torre de Moncorvo são 11 quilómetros entre a ponte ferroviária do Pocinho e Estação de Moncorvo.
Os serviços ferroviários da linha do Sabor foram encerrados em 1988, ficando o seu património ao abandono.
Numa segunda fase do projeto, que está “em fase de preparação”, vai-se incluir os concelhos de Freixo de Espada à Cinta e Mogadouro.
Por seu lado, o presidente da câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, disse que a recuperação do património é um dos fatores de desenvolvimento económico da região do Douro Internacional, já que a região duriense não é só o Alto Douro Vinhateiro.
“O Douro Internacional e o Alto Douro Vinhateiro têm de se unir para desenvolver projetos conjuntos, tais como o aproveitamento do canal ferroviário da antiga linha de caminho-de-ferro do Sabor, que ligava Duas Igrejas (Miranda do Douro) ao Pocinho (Vila Nova de Foz Côa)”, explicou o autarca.
A ideia passa por criar “um corredor verde ao longo de todo canal ferroviário”, já que a via atravessa o Parque Natural do Douro Internacional, havendo por isso “mais-valias turísticas e ambientais que terão de ser exploradas”.
Outro dos projetos para a zona passa pela recuperação dos cinco imóveis e área envolvente da estação de Duas Igrejas, mas terá se esperar por fundos comunitários, bem com outras estações no concelho de Torre de Moncorvo.