O Museu do Pão, inaugurado na cidade de Seia em setembro de 2002, contribuiu para aumentar a oferta turística daquele município da região da Serra da Estrela, atraindo anualmente cerca de 200 mil visitantes.
O presidente da Câmara Municipal de Seia, Carlos Filipe Camelo, reconhece que, sendo o Museu do Pão “uma iniciativa privada, tem funcionado muito bem em termos de complementaridade, quer com a comunidade, quer também com o próprio município”.
“Foi uma ideia concebida num contexto muito próprio daquilo que é o valor da região. Porventura, nem todos acreditavam naquela iniciativa, mas é, na sua essência, algo que conduz a Seia cerca de 200 mil pessoas por ano. Tanto assim é que, no final dos cinco primeiros anos, celebrou a presença do visitante um milhão”, sublinha.
Para o autarca, o sucesso do equipamento cultural e turístico, “não deixa de ser também o sucesso do próprio concelho”.
O diretor científico do Museu do Pão, Sérgio Carvalho, lembra que o espaço “desde cedo” se “pretendeu assumir como um polo cultural e institucional do concelho de Seia e da região em que se insere”, sem prejuízo de se afirmar, também, “como um museu de âmbito nacional”.
Adotando a máxima “Se queres ser universal, fala sobre a tua aldeia” – numa adaptação da frase de Tolstoi ‘Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia’ -, “o museu cedo assumiu que a sua tarefa começava e começa, antes de mais, no concelho onde se instalou. Só devidamente sedimentado e enraizado no terreno poderia o Museu do Pão alcançar os seus objetivos globais. Essa inserção decorreu naturalmente”, refere Sérgio Carvalho.
Catorze anos após a abertura do complexo, “e bem mais de um milhão de visitantes depois”, o diretor científico do espaço reconhece que o museu e o concelho de Seia “fazem parte da mesma família, com interligações necessariamente culturais, mas também sociais e económicas”.
Mário Jorge Branquinho, responsável pela Casa Municipal da Cultura de Seia e diretor do Festival Internacional de Cinema Ambiental CineEco, diz à Lusa que a abertura do Museu do Pão constituiu um “fenómeno” e um “acontecimento relevante” para o município.
“Um fenómeno que tem demonstrado como a cultura contribui para o desenvolvimento destas zonas de montanha fustigadas pelo abandono populacional, mas de elevado potencial turístico. Neste caso, o Museu do Pão tem-se afirmado como um instrumento de afirmação cultural de Seia, graças à visão dos seus promotores e à coerência seguida no seu plano de ação”, afirma.
Em sua opinião, trata-se de um equipamento “que reforça a memória e identidade, construindo simultaneamente caminhos de desenvolvimento e de revitalização do território”.
“Cria emprego, atrai visitantes e reforça a identidade local, complementando de forma decisiva a estratégia de desenvolvimento turístico do município em torno do seu potencial eco cultural, fortalecendo a sua atratividade ao nível paisagístico, ambiental e histórico-cultural”, sublinha.
Segundo Mário Jorge Branquinho, o museu “tem contribuído para a melhoria da oferta cultural da cidade de Seia” e, desde a sua abertura, “foi determinante no reforço da notoriedade” no quadro turístico e cultural, “tão relevante quanto decisivo no desenvolvimento deste território”.
O complexo do Museu do Pão, com mais de 3.500 metros quadrados de área coberta, possui, entre outros espaços, salas expositivas sobre “Ciclo do Pão”, “Pão Político, Social e Religioso”, “Arte do Pão” e “Espaço Temático”, restaurante, biblioteca e mercearia antiga.
Museu do Pão aumentou oferta cultural de Seia e atrai 200 mil pessoas por ano
Para o autarca, o sucesso do equipamento cultural e turístico, “não deixa de ser também o sucesso do próprio concelho”.