José Maria Ferreira de Castro – nasceu em 1898, em Oliveira de Azeméis, e faleceu em 1974 -, é autor de “A Selva”, um dos romances “mais lidos em todo mundo”, segundo a BMEL.
O programa dedicado ao escritor começa no dia 7 de junho, uma terça-feira, com a inauguração de uma exposição intitulada “Ferreira de Castro: vida e obra”, que ficará patente ao público até ao dia 29, refere a biblioteca em comunicado hoje enviado à agência Lusa.
Segundo a fonte, trata-se de uma exposição criada pelo Museu Ferreira de Castro, que mostra o percurso literário e de vida do romancista de “Emigrantes”, “A Selva”, “A Lã e a Neve” e “A Missão”, entre outros títulos “tão relevantes para a literatura portuguesa do século XX”.
“Da infância à emigração para o Brasil, passando pela sua estada na Amazónia, os primeiros livros, hoje raridades bibliográficas, o triunfo como escritor, as traduções e distinções internacionais dos seus livros” são aspetos abordados na mostra.
No dia 9, uma quinta-feira, às 18 horas, será projetado o documentário “Escritores a Norte – Vidas com obra em Casas d’Escritas: Ferreira de Castro”, seguindo-se uma conversa.
Segue-se, pelas 18 horas do dia 15, uma quarta-feira, a conferência “Dos Emigrantes, através d”A Selva’, até ‘A Lã e a Neve’ de Ferreira de Castro”, por António dos Santos Pereira, investigador universitário das áreas das Letras e das Ciências Sociais e Humanas, membro do Conselho Geral Universidade da Beira Interior (Covilhã), diretor do Museu de Lanifícios e académico correspondente da Academia Portuguesa da História.
Na nota hoje divulgada, a BMEL lembra que José Maria Ferreira de Castro emigrou para Belém do Pará, Brasil, com apenas 11 anos, passando quatro anos no interior da selva amazónica, tempo em que escreve contos e crónicas que envia para jornais do Brasil e de Portugal.
O seu primeiro romance “Criminoso por Ambição” (1916) foi publicado em fascículos, em Belém do Pará.
“Já senhor de grande fama no jornalismo brasileiro – Ferreira de Castro – decide regressar a Portugal em 1919”, acrescenta, referindo que no período imediato ao pós-guerra “torna-se um dos autores mais lidos em Portugal e no estrangeiro”.
“As suas obras estão editadas com sucesso em mais de dez línguas e com a 10.ª edição de ‘A Selva’ atinge a fasquia de meio milhão de exemplares vendidos em todo o mundo”, assinala.
A BMEL refere ainda que em 1973, ano anterior à sua morte, a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura “anunciava que ‘A Selva’ estava entre os dez romances mais lidos em todo o mundo”.