De acordo com a organização, esta edição abre, em Lisboa, com a primeira exibição nacional do filme “Uma história de amor e trevas”, de Natalie Portman, atriz que se estreia na realização com esta adaptação cinematográfica da autobiografia de Amos Oz.
A programação, que se estende até 08 de maio, incluirá também concertos, vendas temáticas e lançamento de livros, conferências e exposições.
Com ligação ao papel dos portugueses na II Guerra Mundial, a mostra irá exibir o filme “O cônsul desobediente — exílio em Portugal”, um documentário com produção austríaca da realizadora Uli Jürgens, no qual descendentes de refugiados contam histórias da fuga, até Lisboa, dos que foram salvos pelo cônsul Aristides de Sousa Mendes.
“Filmes proibidos”, documentário de Felix Moeller, filho da cineasta Margarethe von Trotta, é outra longa-metragem que estará em destaque na programação. É uma obra dedicada aos filmes de propaganda nazi, cuja exibição pública continua a ser proibida na Alemanha.
Ainda sobre a temática nazi, será exibido “Todos os rostos têm um nome”, um documentário em que o realizador Magnus Gertten descobre e entrevista sobreviventes do Holocausto, que aparecem numa filmagem de 1945, no porto de Malmö, na Suécia.
Num momento em que a Europa enfrenta uma crise de refugiados, a organização da Judaica marcou um debate, a 18 de março, no qual Gertten participará com o alto-comissário para as Migrações, Pedro Calado, e o líder da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), Rui Marques.
Será ainda exibido “Claude Lanzmann: Espectros da Shoah”, de Adam Benzine, nomeado para os Óscares na categoria de Melhor Curta-Metragem Documental, obra que consiste numa espécie de ‘making of’ de “Shoah”, filme com mais de nove horas de duração, que é unanimemente considerado a obra-prima do cinema sobre o Holocausto.
Em Lisboa, Castelo de Vide e em Belmonte será exibido “Jerusalém Oriental/Jerusalém Ocidental”, um documentário assinado por Henrique Cymerman, correspondente da SIC no Médio Oriente, que acompanhou a gravação de um disco do músico israelita David Broza, e que estará presente para uma sessão de perguntas e respostas.
“Febre ao Amanhecer”, estreia absoluta do filme e lançamento do livro com o mesmo nome, em que Péter Gárdos, realizador e autor, narra a história de Lili e Miklós, os seus pais, será exibido em Lisboa, a 20 de março.
Os pais de Gárdos conheceram-se por carta, em 1945, quando ambos eram refugiados húngaros na Suécia.
A 4.ª edição da Judaica — Mostra de Cinema e Cultura vai decorrer em Lisboa, de 16 a 20 de março, em Cascais, de 08 a 10 de abril, em Belmonte, de 14 a 17 de abril, e em Castelo de Vide, de 05 a 08 de maio.
Além da exibição dos filmes também serão organizadas visitas às judiarias de Lisboa, Belmonte e Castelo de Vide.
A programação pode ser consultada em www.judaica-cinema.org.