Esta é uma das conclusões do estudo Total Compensation Hi-Tech/Telecommunications Portugal 2015 realizado pela consultora Mercer a nível nacional.
No entanto, em termos de aumentos salariais, verifica-se que apesar de continuarem a existir subidas de valores, mas será menor em relação ao que foi verificado no ano passado.
“Atualmente, os incrementos salariais encontram-se mais alinhados e consistentes a nível geográfico, por sectores de atividade e por níveis funcionais. Este comportamento é induzido por um nível histórico de inflação baixa, sustentada por políticas monetárias comuns, controladas de forma rigorosa pelas Instituições da União Europeia. No que se refere a incrementos salariais por grupos funcionais em Portugal (quadros de direcção, chefias intermédias, quadros técnicos e administrativos) tem-se observado que, dentro das organizações, tendem a tornar-se cada vez mais uniformes e indiferenciados, factor que surge em linha com as tendências gerais do mercado”, revela Tiago Borges, responsável da área de estudos de mercado da Mercer Iberia.
O conceito de “diferenciar o aumento”, que se traduz na separação entre aumento geral (taxa de inflação) e aumento individual, é seguido pela maioria das empresas analisadas, de modo a recompensar o desempenho. Este aumento individual é principalmente apoiado por ferramentas de avaliação e de gestão do desempenho.
Aumentos salariais
De acordo com o mesmo estudo, os incrementos salariais são atribuídos aos colaboradores mediante as políticas gerais de cada empresa. No período das revisões salariais, a percentagem de incremento atribuída aos colaboradores é determinada por um conjunto de factores que influenciam directamente o valor disponibilizado para esse fim. Os resultados da organização surgem como factor mais preponderante na atribuição de incrementos salariais (93%). Em segundo lugar observa-se a Inflação, com 68% e em terceiro temos o desempenho individual com 61%. Já a antiguidade e o nível funcional são os factores que menos influenciam a atribuição do incremento salarial.
Quanto ao mês em que as organizações levam a cabo a revisão dos salários dos seus colaboradores, a maioria dos inquiridos responde não ter um mês definido (34%). No entanto, é de destacar o mês de Janeiro, que registou 24% das preferências dos restantes participantes, como o mês mais forte na revisão salarial, seguido de Abril, com 14% e Março com 10%.
Benefícios
Cerca de 27% das empresas participantes no estudo concedem aos seus trabalhadores um complemento de Subsídio de Doença. Para a maioria das empresas que concedem este benefício, o valor pago pela empresa não ultrapassa os 35% do salário base do colaborador. “Tipicamente as empresas que concedem este benefício na amostra analisada não fazem discriminação por antiguidade ou por outro critério, atribuindo-o de igual modo a todos os colaboradores. Das empresas participantes no estudo 63% (menos 1% do que no ano passado) assegura o pagamento dos 3 primeiros dias de baixa”, acrescenta o estudo.
Já o plano médico constitui, actualmente, um benefício na maioria das empresas participantes no estudo (94%, mais 4% em relação a 2014), com coberturas de hospitalização, parto, medicamentos, assistência ambulatória, estomatologia, óculos e lentes, e próteses e ortóteses, estabelecendo-se assim, como um benefício muito frequente na amostra analisada. “Na maioria das organizações, o custo para o colaborador é totalmente suportado pela empresa. No entanto, para a extensão do benefício a cônjuges e filhos é mais frequente existir uma comparticipação do colaborador caso o mesmo a deseje”, refere.
De acordo com o relatório, a maioria das empresas (53%) atribuem um seguro de acidentes pessoais, sendo que para a maioria dessas empresas o capital seguro é variável, tendo maioritariamente como referência o salário base. Quanto ao seguro de vida, 84% das empresas concede-o aos seus colaboradores.
Já cerca de 48% das empresas concedem dias de férias extra (além do regulamentado por lei) aos seus colaboradores, o que representa uma diminuição de 8% em relação a 2014. Cerca de 14% das empresas participantes pagam as quotas dos colaboradores em alguma associação profissional e 7% pagam a mensalidade de alguma atividade desportiva.
Em 24% das empresas participantes no estudo da Mercer, as despesas associadas à educação dos colaboradores são asseguradas pela empresa (em média em cerca de 70% do custo total), estabelecendo em alguns casos um valor máximo limite. Cerca de 20%, mais 2% do que em 2014, atribuem subsídio escolar aos filhos dos colaboradores e cerca de 21% concede subsídios de creche, mais 8% em relação ao ano anterior.
Quanto à concessão de empréstimos/adiantamentos, 26%, mais 4% quando comparado com 2014, das empresas participantes no estudo referem que concederam empréstimos/adiantamentos aos colaboradores, com as seguintes finalidades: situações de emergência, educação, assuntos pessoais, aquisição de computador pessoal, despesas de hospitalização e outros.
Para este estudo foram entrevistados 12 mil colaboradores em 34 empresas presentes no mercado português. A amostra é constituída por empresas multinacionais (56%) e empresas nacionais privadas (44%).