Fábrica de "pellets" para aquecimento ajuda a limpar áreas florestais na Guarda

Três jovens empreendedores da Guarda anunciaram hoje que pretendem instalar naquela cidade uma fábrica de “pellets” de giesta para aquecimento, que contribuirá para a limpeza dos terrenos e para a prevenção dos incêndios florestais na região.

O projeto de Bruno Almeida, Fernando Gouveia e João Ferreira, denominado “GPellets”, foi o vencedor, na Beira Interior, do concurso InovEmpreende 2014 promovido pela Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria.

Segundo os promotores, o projeto, que inclui a construção de uma central de biomassa, tem por objetivo valorizar os recursos endógenos para a produção de “pellets” (pedaços de madeira comprimida) mais eficientes, com profunda preocupação pelo meio ambiente e pelo desenvolvimento local.

“A mais-valia deste projeto para esta região é realmente a manutenção da floresta, a contribuição para o meio ambiente, a redução de emissões de CO2, a produção e a utilização da biomassa e dos produtos endógenos para a fabricação de um produto para aquecimento que é a ‘pellet’, que se usa muito e que está em expansão”, disse à agência Lusa Fernando Gouveia.

O responsável lembrou que os países nórdicos “já há muitos anos que utilizam caldeiras [de aquecimento alimentadas] a ‘pellets’ e em Portugal há um défice de 80%”.

Fernando Gouveia referiu que as ‘pellets’ produzidos a partir de giestas são de “qualidade extrema” e possuem um “valor calorífico muito superior” aos que estão atualmente no mercado.

Os mentores do projeto lembram que o mesmo começou “numa conversa entre três amantes da Natureza que chegaram à conclusão que tinham a mesma ideia e decidiram juntar-se para a desenvolver”.

“Chegámos à conclusão de que há muito mato nos terrenos da região e dado o risco eminente de incêndios florestais é urgente a limpeza destes e o seu aproveitamento para produção de ‘pellets’”, acrescentaram.

A unidade de fabrico de “pellets” de giesta, que contempla a criação de uma central de biomassa com duas linhas de produção, com capacidade para produzir entre sete a oito toneladas por hora, está projetada para o parque industrial da Guarda.

O plano de construção da fábrica, que tem um investimento previsto de 500 mil euros, está elaborado e os seus mentores pretendem candidatar o projeto aos fundos comunitários do Portugal 2020.

Os empreendedores do “GPellets” estimam criar 12 postos de trabalho, logo no arranque da unidade, e pretendem colocar o produto, que é utilizado como fonte de calor e de energia em lareiras, caldeiras e salamandras, entre outros equipamentos, no mercado nacional e internacional.

O projeto tem o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia da Guarda, do Instituto Politécnico da Guarda, da Associação Empresarial da Região da Guarda – NERGA e da Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria.


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