“Estamos recetivos a essa ideia”, disse o autarca socialista à agência Lusa, lembrando que naquela cidade do distrito da Guarda, onde existe “a capelinha com referência ao casamento de Dom Dinis” com Isabel de Aragão, é promovida anualmente uma recriação das bodas reais ocorridas em junho de 1282.
A diretora regional da Cultura do Centro, Celeste Amaro, desafiou na quinta-feira a Câmara Municipal de Coimbra “a pensar nos Caminhos da Rainha Santa Isabel” nos moldes em que estão feitos os Caminhos de Santiago.
Celeste Amaro recordou que a rainha Isabel de Aragão “era de Saragoça e tinha uma ligação a Santiago”, sendo importante utilizar os estudos já feitos sobre “os sítios por onde esta passou” para se criar uma rota.
“Avançando Coimbra, Saragoça não irá dizer que não”, sublinhou, referindo que a Turismo do Centro também terá um “papel fundamental” na criação destes caminhos.
Questionado pela Lusa sobre a proposta da responsável da DRCC, o presidente da Câmara Municipal de Trancoso, disse desconhecer a intenção, mas mostra-se recetivo a dar o seu contributo para o projeto, atendendo ao facto de Isabel de Aragão ter casado em Trancoso com o rei Dom Dinis.
“A recriação das bodas reais é um acontecimento que nós [autarquia] fazemos sempre no último fim de semana de junho e, em 2015, será realizada nos dias 27 e 28 de junho”, adiantou.
Amílcar Salvador disse que aquele acontecimento histórico “é de grande importância” para a cidade de Trancoso, adiantando que a autarquia adquiriu recentemente o antigo Palácio Ducal para instalar, com a ajuda de fundos comunitários, um futuro museu ou centro de artes e negócios.
“Pensamos instalar um centro com galerias de arte e negócios (com uma área para conferências) que terá um espaço dedicado às bodas reais” de Dom Dinis, adiantou.
O autarca considera que, em termos de atração turística, “é importante” apostar em aspetos ligados à Rainha Santa e à sua passagem por Trancoso.
“[A DRCC] conte com o município de Trancoso para esses ‘Caminhos’”, disse, reconhecendo que o projeto, incluindo o seu concelho, que possui um “património histórico muito grande”, será mais “uma forma” de atrair visitantes.
Descendente da Casa Real de Aragão, à rainha Santa Isabel, são atribuídas muitas práticas caritativas “acompanhadas de prodigiosos milagres, que viriam a ter como expressão máxima a lenda da transformação do pão em rosas”, refere a Confraria da Rainha Santa Isabel na sua página na internet.
Segundo a fonte, a rainha morreu aos 66 anos, no dia 04 de julho de 1336, em Estremoz, e foi sepultada em Coimbra, no dia 11 de julho.