Mas as mulheres ainda só são responsáveis por 28% dos investimentos executados pelo Proder.
Lembrava-se dos gestos da avó a fazer o queijo. O tempo que demorava a coalhar, as ligaduras de tecido branco que o enfaixavam para lhe dar a forma redonda e que agora quase já não se usam.
Célia Silva, 30 anos, voltou a casa, a Vide entre Vinhas, pequena aldeia perdida na Serra da Estrela, para repetir o que a avó fazia. Aprendeu com quem ainda produz o queijo que tem a fama desta região e teve paciência para ir aperfeiçoando as primeiras tentativas, quando o queijo não ganhava a consistência amanteigada que queria. Hoje, estão como gosta.
A queijaria, que resplandece do inox da maquinaria e do branco assético das paredes, só começou a laborar no final de janeiro. E Célia passou a ser produtora de uma das apenas 17 marcas de queijo da Serra da Estrela certificadas. Levanta-se às 6 horas da manhã para fazer a primeira ordenha às 214 ovelhas bordaleiras da Serra da Estrela que tem. Depois, é passar o dia a fazer queijos.