No espaço de uma semana, a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda ganhou uma vaga para Gastrenterologia. O serviço, que conta atualmente com apenas um médico, não tinha sido contemplado na lista divulgada pela tutela a 23 de junho, mas o pedido de demissão da diretora clínica para a área hospitalar, apresentado diretamente ao ministro Paulo Macedo nesse dia, forçou a tutela a resolver o problema. E a solução encontrada foi retirar a vaga atribuída inicialmente ao Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), onde há três especialistas nesta área, e concedê-la à ULS da Guarda. A troca foi oficializada no dia 1 de julho em “Diário da República” sob a forma de uma declaração de retificação com o número 673-A/2014. Tudo porque o anexo constante do despacho nº 8175-A/2014, que identifica os estabelecimentos com carências de pessoal médico nas áreas hospitalar e de saúde pública, publicado no “DR” de 23 de junho, «comporta algumas inexatidões» que importa corrigir, lê-se na publicação. No caso da Gastrenterologia, mantêm-se as 10 vagas iniciais, o que muda é o destino de uma delas, que passa do CHCB para a ULS da Guarda. A declaração, assinada pelo secretário de Estado da Saúde Manuel Teixeira, acrescenta ainda que o aviso de abertura do procedimento de recrutamento correspondente – destinado aos médicos que concluíram a respetiva formação médica especializada na primeira época de 2014 – deve ser publicado no “DR” pela Administração Regional de Saúde do Centro até 7 de julho, o que ainda não tinha acontecido até à última terça-feira. No entanto, está solucionada a principal reivindicação de Fernanda Maçoas, que continua em funções. A gastrenterologista, que é diretora clínica para a área hospitalar desde novembro de 2012, tinha aproveitado a vinda do ministro da Saúde à Guarda, onde inaugurou o novo bloco do Hospital Sousa Martins, para lhe apresentar a sua demissão do cargo em protesto pela não abertura de vagas para este e outros serviços, mas Paulo Macedo não aceitou. É que tinha sido pedida uma vaga para Gastrenterologia, especialidade muito carenciada de recursos humanos e que atualmente tem ao serviço um único médico mais a diretora clínica quando tem disponibilidade para servir uma população de 170 mil pessoas. Em contrapartida, o CHCB tem três clínicos ao serviço, para 70 mil habitantes, e tinha sido contemplado com uma vaga. O jornal O INTERIOR tentou obter uma reação de Fernanda Maçoas, médica no Hospital Sousa Martins desde maio de 2006, mas tal não foi possível até à hora de fecho desta edição. O atual Conselho de Administração da ULS da Guarda é constituído por Vasco Lino (presidente), Flora Teixeira da Silva (administradora), Gil Barreiros (diretor clínico para os cuidados primários), Fernanda Maçoas (diretora clínica para a área hospitalar) e João Rebelo Marques (enfermeiro diretor). O seu mandato termina em novembro deste ano.