Unidade de Missão para o Interior garante que revitalização dos territórios está em curso

O coordenador da Unidade de Missão para o Interior afirmou hoje que a revitalização dos territórios atingidos pelos incêndios de outubro de 2017 está em curso, depois da aprovação do Programa de Recuperação do Pinhal Interior, que se encontra em execução.

“Quanto à revitalização social e económica destes territórios [atingidos pelos fogos de outubro], o Governo, depois de aprovado o Programa de Recuperação do Pinhal Interior, encontra-se agora na fase de implementação”, afirmou o coordenador da Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI), João Paulo Catarino.

Este responsável destaca algumas das medidas que estão já em execução, nomeadamente o projeto do cadastro simplificado, a abertura de avisos específicos tanto no PDR 2020 (para a agricultura), como no Portugal 2020 para empresas, exclusivamente direcionados para os 19 municípios afetados.

“Alguns já abriram e outros irão abrir brevemente, nomeadamente para a instalação de jovens agricultores, apoio às explorações agrícolas e apoios para as empresas, cujo aviso está aberto até ao dia 24 de abril. Isto além das medidas de limpeza à volta dos aglomerados populacionais que decorre nesta e em outras zonas do país”, disse.

João Paulo Catarino realça ainda a “enorme ação de sensibilização” que está a ser feita com as organizações de produtores florestais no sentido de aumentar o reforço dos instrumentos de gestão coletiva da floresta.

Apesar do esforço que está a ser feito no terreno, o coordenador da UMVI admite que, em relação aos incêndios de outubro de 2017, as respostas estão mais atrasadas comparativamente com os fogos de Pedrógão Grande.

“As coisas estão mais atrasadas devido à dimensão do flagelo e ao período temporal menor. Trata-se de uma área muito maior [que a de Pedrógão Grande] e mais dispersa, com uma dimensão praticamente dez vezes superior. Contudo, a resposta está no terreno com o empenhamento profundo de toda a administração central e local”, sustentou.

Os incêndios de outubro de 2017, que atingiram 36 concelhos da região Centro, provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, e destruíram total ou parcialmente perto de 1.500 casas e cerca de meio milhar de empresas.

Extensas áreas de floresta e de terrenos agrícolas foram igualmente destruídas pelos fogos de 15 e 16 de outubro de 2017, que afetaram de forma mais grave os municípios de Castelo de Paiva e Vagos, no distrito de Aveiro; Oleiros e Sertã (Castelo Branco); Arganil, Figueira da Foz, Lousã, Mira, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Tábua e Vila Nova de Poiares (Coimbra); Gouveia e Seia (Guarda); Alcobaça, Marinha Grande e Pombal (Leiria); e Carregal do Sal, Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Santa Comba Dão, Tondela e Vouzela (Viseu).

Nas manchas florestais atingidas, destaque designadamente para o Pinhal de Leiria, na Marinha Grande, que ficou reduzido a cerca de 20% da sua extensão, e seus prolongamentos para norte (Mata Nacional do Urso, em Pombal) e para sul (orla costeira de Alcobaça), para as matas nacionais de Quiaios (Figueira da Foz), onde arderam mais de três mil hectares, equivalentes a cerca de 50% da sua área, e da Margaraça (Arganil), classificada como Reserva Biogenética do Conselho da Europa, que perdeu cerca de 70% da flora, e ainda para o Parque Natural da Serra da Estrela, penalizado nos municípios de Gouveia, Oliveira do Hospital e Seia.

Na sequência dos fogos que deflagram em outubro foram consumidos mais de 220.000 hectares de floresta, cerca de 45% da área total ardida durante 2017, de acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Os dois incêndios que, em outubro, destruíram maiores áreas, ocorreram no distrito de Coimbra, nos concelhos da Lousã, onde foram atingidos cerca de 43.900 hectares, e de Oliveira do Hospital (perto de 43.200 hectares).


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