Tirando a Porsche e a Aston Martin, que venderam menos carros este ano do que em 2014, todas as restantes marcas de luxo – Jaguar, Maserati, Ferrari, Lamborghini, Bentley e Lotus – viram as suas vendas crescer.
Só a Jaguar vendeu 122 carros. E a Maserati, que esteve afastada de Portugal durante vários anos e só regressou em 2014, conseguiu vender mais em meio ano – 14 unidades – do que durante todo o ano passado. Por fim, saiba que a Lamborghini vendeu, em 2014, um só carro e este ano já vendeu três.
Mas os carros de luxo são apenas uma pequena fatia das vendas do mercado automóvel que começa a sair da grave recessão dos últimos anos. No primeiro semestre, foram vendidos em Portugal 100 656 novos carros, mais 32,8% que no ano passado. Ao todo, foram vendidos mais 24 865 ligeiros de passageiros, muito à custa do aumento das frotas das rent-a-car.
Os dados, divulgados na quarta-feira pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), dão conta de um crescimento de 31,2% do mercado automóvel, incluindo os comerciais e os pesados. Mas a ACAP alerta que, apesar deste aumento, as vendas de junho, que se situaram em 24 203 veículos, estão ainda “4% abaixo da média dos últimos 15 anos”.
Em declarações ao JN/Dinheiro Vivo, Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP, reconhece a tendência de recuperação do setor e o aproximar do valor média de vendas do últimos 15 anos – 25 200 veículos. Mas refere que parte do crescimento de vendas no semestre se prende com o incremento da atividade turística em Portugal, que levou a um aumento das compras de veículos de empresas de rent-a-car.
Helder Pedro recorda, ainda, as questões ligadas à maior facilidade de acesso ao crédito e também o crescimento nos índices de confiança dos consumidores para justificar a maior dinâmica no mercado. Que ajuda, claro, a encher os cofres do Estado. Hélder Pedro refere que os impostos indiretos são os que estão a crescer mais e estima que o aumento da receita do imposto sobre veículos (ISV), face ao período homólogo, seja da ordem dos 30% .
