Turismo resiste à crise, mas é preciso melhorar a atratividade de Portugal

Crise económica não afetou Portugal enquanto destino turístico, com indicadores a demonstrarem que houve “um crescimento sustentável”, mas é preciso melhorar a atratividade do país.

A crise económica não afetou Portugal enquanto destino turístico, com indicadores a demonstrarem que houve “um crescimento sustentável”, mas é preciso melhorar a atratividade do país, oferecendo serviços exclusivos e produtos que garantam o interesse internacional.

As conclusões são de um trabalho que o Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT) realizou nos últimos sete anos dedicado ao desempenho do turismo português, agora publicado na revista Worldwile Hospitality and Tourism Themes, a divulgar no dia 12, em Gaia, distrito do Porto, no 10.º Fórum Internacional de Turismo. Para manter o crescimento neste setor e para que Portugal não seja apenas “um país na moda”, “é necessário ter uma agenda para a ação”, afirmou, em declarações à Lusa, o presidente do IPDT, Jorge Costa.

Os indicadores que existem do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do próprio Turismo de Portugal, bem como estudos quantitativos e qualitativos realizados, permitem demonstrar como o setor registou “um crescimento nunca antes registado”, mas, para o responsável, “a cultura de turismo não está devidamente consolidada”, nomeadamente devido às assimetrias existentes no país (litoral/interior).

O trabalho realizado demonstra que Portugal já não é apenas “um destino de sol e praia”, tendo sofrido uma “grande transformação, que é percetível por analistas internacionais que fizeram parte do painel de inquiridos”, frisou Jorge Costa. “Houve quase uma mudança de paradigma de monoproduto para uma série de produtos”, disse, apontando como fatores diferenciadores o vinho nacional e “as dinâmicas criadas” nas cidades do Porto e de Lisboa, fruto de “diversificação de ofertas, quer de animação como de gastronomia”, por exemplo.

Mas para que o crescimento se mantenha é preciso também “posicionar a indústria do turismo como setor estratégico na política económica do país”, criar um ambiente de “cooperação entre os decisores públicos e privados”, “alinhar a oferta do destino para a evolução das necessidades dos turistas” e “envolver a sociedade na definição e desenvolvimento da oferta turística para garantir o seu apoio e participação”.

O Fórum no qual será apresentado este trabalho é um projeto do IPDT, em parceria com a Porto e Norte de Portugal, que tem como objetivo a partilha de ideias e a discussão de dinâmicas para o turismo, apresentando propostas para o setor. O X Fórum contará com a presença de, entre outros, responsáveis do Turismo de Portugal, da Associação de Hotelaria de Portugal, da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo e da Associação Nacional de Turismo. Jorge Costa referiu ainda que o secretário-geral da Confederação do Turismo grego estará em Gaia para abordar “a crise económica e o seu impacto na indústria do turismo” no sue país, também afetado por uma crise económica há anos.


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