Clara Sousa, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação, Bebidas e Tabaco (SINTAB), disse hoje à agência Lusa que a decisão dos trabalhadores foi tomada por unanimidade.
“Houve realmente a contaminação por uma bactéria [dos queijos] e há cinco meses que os trabalhadores estavam sem salários. No momento em que aparece esta bactéria [contaminação], fui confrontada com o que se estava a passar e os trabalhadores ficaram muito assustados”, explicou a sindicalista.
Recentemente, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) mandou destruir 29 toneladas de queijo produzidas na Cooperativa de Produtores de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, devido à presença da bactéria Listeria monocytogenes.
Face à gravidade da situação encontrada, a DGAV determinou, no dia 15 de janeiro, a suspensão da atividade e a retirada do mercado de todos os produtos provenientes daquela cooperativa.
Segundo o SINTAB, os trabalhadores da cooperativa, após conversa com o sindicato, decidiram que o melhor seria avançar com o pedido de rescisão dos contratos de trabalho.
“Os processos de rescisão já foram entregues pelo sindicato a 12 de fevereiro”, adiantou Clara Sousa.
A sindicalista adiantou que, deste modo, os trabalhadores ficam desvinculados da empresa “sem perder os seus direitos”.
Entretanto, fonte do Ministério da Agricultura confirmou à agência Lusa que a cooperativa “foi encerrada pela DGAV, na medida em que não cumpria os requisitos de segurança alimentar e de salubridade necessárias para operar”.
“Para reabrir, terão que proceder às desinfeções e adaptações necessárias. Se o fizerem, terão todas as condições para voltar a laborar. Enquanto não for feito, foi encerrada”, concluiu.