Valores que traduzem, face ao período homólogo, um crescimento de 28%. Em contrapartida, o volume total de contratos celebrados foi de 364 milhões de euros, o que representa um redução de 41% face a igual período de 2013.
Os dados são do portal base, espaço que visa promover a transparência na contratação pública e agrega toda a informação sobre os concursos públicos, e do Observatório das Obras Públicas e levam Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas do Norte (AICCOPN) a considerar que “há uma demora injustificada” na celebração dos contratos.
Nos 64 contratos adjudicados, o tempo médio entre a publicação do anúncio e a respetiva celebração de contrato, tem sido, este ano de 189 dias, garante a AICCOPN. Mas, em um terço dos contratos, “decorrem mais de 200 dias”, assegura Reis Campos. E dá exemplos de casos extremos de obras lançadas em 2011 e 2012 e que só agora foram entregues. Porquê? “Ah isso não sei. Se calhar é falta de dinheiro, não quero pensar que tenha a ver com questões eleitorais. O problema é que estamos a ano e meio de terminar o período concedido para usar os fundos do QREN e ainda há cinco mil milhões de euros, dos quais 2,6 mil milhões para infraestruturas, por utilizar”, diz.
Para o presidente da AICCOPN, a questão é tanto mais gravosa se tivermos em conta que, em 2013, o volume total investido em infraestruturas foi de 1,3 mil milhões. “Estamos a falar do dobro! Estes fundos não podem ser desperdiçados sob pena de , não tendo essas, não termos mais obras. O sector não pode nem deve regredir novamente ou toda a economia sofrerá com isso”, diz.
Até porque, recorda Reis Campos, a fileira da construção começa, finalmente, a dar sinais de recuperação, com o desemprego, no primeiro trimestre a cair 7% em termos homólogos, o número de insolvências a regredir 11%, os novos créditos concedidos a aumentar e a carteira de encomendas da reabilitação a crescer.