Comprar habitação própria em Portugal já foi chão que deu uvas. Os bancos estão com as carteiras cheias de imobiliário de clientes que deixaram de ter meios de pagar as prestações e apertam mês para mês as condições dos empréstimos para compra de habitação propria. Os juros sobem e só quem tiver garantias sólidas de pagamento pode aceder ao crédito bancário, até porque o malparado nos privados, especialmente devido à habitação, não pára de subir. É por isso que a taxa de juro do crédito à habitação aumentou em abril, pelo oitavo mês consecutivo, segundo dados do INE ontem divulgados, que revelam ainda uma subida da prestação mensal dos contratos vencidos no mesmo período. A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação aumentou em abril 0,02 pontos percentuais em relação à taxa do mês anterior, situando-se em 1,465%, crescimento que se verifica desde agosto do ano anterior.
A prestação média vencida para a globalidade dos contratos fixou-se em 260 euros em abril, tendo aumentado um euro comparativamente com o valor verificado no mês anterior.
Em contrapartida, para o conjunto dos contratos de crédito à habitação celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação fixou-se nos 317 euros, menos 10 euros que o valor observado no mês anterior.Nos contratos para aquisição de habitação, a taxa de juro foi 1,480%, tendo aumentado 0,021 pontos percentuais face à taxa observada em março. Para os contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro implícita situou-se em 3,236%, correspondendo a um aumento de 0,097 pontos percentuais em comparação com o mês anterior.
Nos contratos com destino aquisição de habitação, o valor médio da prestação vencida foi, em abril, 269 euros, o que representou um aumento de dois euros em relação ao valor observado no mês anterior. Para este destino de financiamento, e nos contratos celebrados nos últimos três meses, a prestação média vencida foi inferior em 12 euros à registada no mês anterior, fixando-se, em abril, em 330 euros.
O valor do capital médio em dívida, para a totalidade dos contratos de crédito à habitação, foi 57 353 euros, traduzindo uma redução relativamente ao valor observado em março (57 481 euros).