Subsídio de desemprego médio é o mais baixo desde 2006

Fonte: http://www.euroimpala.pt

Há menos desempregados inscritos nos centros de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), mas o valor do subsídio também está a cair.

Em maio, cada desempregado recebeu, em média, 448 euros por mês. São menos 18 euros do que em maio de 2014 e quase menos 50 euros do que o valor pago no início de 2012. É necessário recuar à década passada (a julho de 2006) para encontrar um valor mais baixo. Entre as razões para esta queda estará a descida dos salários base nos últimos anos, o facto de o Governo ter baixado o teto máximo do subsídio para 1048 euros e o corte de 10% aplicado ao fim de seis meses de prestação.

E o subsídio chegou também a apenas 279 563 pessoas, bem distante do máximo de 419 360 beneficiários contabilizado em fevereiro de 2013. A diminuição deste número reflete a queda do desemprego. Mas os dados agora revelados pela Segurança Social mostram também que estas prestações sociais chegam a um universo cada vez mais pequeno de pessoas sem trabalho. Há, um ano, 53% dos desempregados recebia subsídio; agora apenas 50,5% das 554 070 pessoas registadas no IEFP ainda tem direito a um apoio do Estado. Uma taxa de cobertura ainda inferior se tivermos em conta os 667 800 desempregados contabilizados, em abril, pelo INE.

O número de desempregados que em maio reunia condições para ter subsídio (ou seja, estar inscrito, não ter ainda esgotado o período de concessão e passar na prova de condição de recursos) baixou 3,6% face a abril e são hoje menos 18,1% que há um ano. É necessário recuar até janeiro de 2006 para encontrar um número de beneficiários do subsídio de desemprego mais baixo. Nessa altura, as pessoas sem trabalho inscritas nos centros de emprego rondavam 448 mil, pelo que a taxa de cobertura o subsídio chegava a 61,9%. A isto soma-se ainda o facto de no final da década passada, os “ocupados (conceito que abrange as pessoas integradas em programas de emprego ou formação profissional, com exceção dos programas que visem a integração direta no mercado de trabalho ) totalizarem cerca de 22 mil, enquanto agora ultrapassam os 158 mil.

Estas diferenças refletem a descida da taxa de desemprego que começou a verificar-se há uns meses, mas também indiciam que para muitos desempregados o subsídio chegou ao fim sem que isso significasse um regresso à vida ativa.

Os dados da segurança social permitem concluir que o montante mensal médio pago aos desempregados poucas vezes tem ultrapassado os 500 euros, mas mostram também que, excetuando o ano de 2005, foram escassos os meses em que (como agora) esteve abaixo dos 450 euros

Limpeza de matas

Tal como sucede desde 2012, o Governo formaliza hoje o protocolo que prevê o encaminhamento de desempregados e de beneficiários do Rendimento Social de Inserção para tarefas de vigilância e de limpeza de florestas. O objetivo do programa “Trabalho Social pelas florestas” é melhorar os níveis de empregabilidade e promover a de inserção no mercado de trabalho de desempregados que revelam maiores dificuldades em regressar à vida ativa. Nas edições anteriores estabeleceu-se como meta o envolvimento de cerca de 2 mil pessoas, sendo-lhes concedido um apoio financeiro.


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