Presidente do IPG reafirma a urgência na reorganização da rede do ensino superior

O Presidente do Instituto Politécnico da Guarda, Constantino Rei, classifica de falsa a informação, recentemente divulgada, segundo a qual os “Politécnicos querem acabar com exames no acesso ao ensino superior”.

Constantino Rei, numa nota informativa divulgada à comunidade académica do IPG, refere que “lamentavelmente, a informação tem sido manipulada, induzindo em interpretações que não correspondem à proposta apresentada” pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) ao Ministério da Educação e Ciência”.

A proposta de alteração de acesso ao ensino superior aprovada pelo CCISP, prevê que, por opção das instituições politécnicas, estas possam manter o atual sistema de acesso, ou usar, para efeitos de classificações nas disciplinas que constituem provas de ingresso, a Classificação Final da Disciplina, obtida nos termos da legislação em vigor, a qual é obtida pela ponderação da Classificação Interna com a classificação externa (ou seja, dos exames).

Assim, o Presidente do IPG acrescenta que “não se propõe o fim dos exames, mas apenas que as instituições possam optar por não impor a regra, atualmente em vigor, da nota mínima de 9,5 nos exames, retirando pois peso à classificação destes exames, como aliás vem sendo defendido por muitas personalidades e instituições”.

Para Constantino Rei, na prática, o que está em causa “é a possibilidade de reintroduzir o sistema de acesso próximo do que vigorava até 2006, o que poderá permitir o ingresso de cerca de mais 5000 alunos por ano, nos Institutos Politécnicos”.

O Presidente do IPG relembra a questão que levantou aquando da sua tomada de posse. “Será que é justo que um jovem que, durante todo o ensino secundário, sempre teve classificações positivas a matemática, e que, por qualquer circunstância, numa prova de duas horas, obteve 9 valores no exame final, seja impedido de se candidatar ao ensino superior, obrigando-o a ficar mais um ano em casa, obrigando os pais a pagarem explicações, para, no ano seguinte, com mais meio valor, poder ingressar no curso pretendido?”

Constantino Rei refere que na origem desta notícia esteve uma carta que o Presidente do Politécnico de Lisboa (IPL) distribuiu, sem “explicitar com o rigor que se lhe exigia, o conteúdo da proposta” do CCISP. “Tem todo o direito, o Senhor Presidente do IPL, de discordar da decisão do órgão (CCISP) e de expressar a sua opinião; não tem todavia o direito de divulgar o sentido de voto dos restantes conselheiros (sem o seu consentimento) e muito menos, de deturpar e omitir factos”, acrescenta o Presidente do IPG.

No esclarecimento divulgado, o Presidente do Instituto Politécnico da Guarda considera revelador o facto de na reunião do CCISP agendada para apreciar a proposta de fórmula de financiamento apresentada pelo Senhor Secretário de Estado do Ensino Superior terem os Presidentes dos IPs de Lisboa, Porto e Coimbra faltado à reunião, mas, ao fim da tarde, terem comunicado e difundido para a comunicação social, que decidiram suspender a sua participação no CCISP”.

Os referidos presidentes invocaram que “ao longo dos últimos tempos, com especial ênfase nas últimas semanas, concretizaram-se várias posições políticas em sede do CCISP [Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos], que testemunham de forma muito peremptória diferentes visões, diferentes projetos educativos e posicionamentos ao nível das políticas públicas do ensino superior, entre as nossas instituições e a posição maioritária deste órgão”.

Costantino Rei continua o seu esclarecimento afirmando que “os recentes acontecimentos vêm de facto revelar diferentes perspetivas, e também diferentes ambições pessoais e institucionais: o desejo de os IPs em causa se transformarem em Universidades, demonstra o preconceito que os mesmos sempre revelaram face ao sistema de ensino politécnico e em particular aos Institutos Politécnicos de menor dimensão: é caso para dizer que lhes “caiu a máscara”.

A concluir, o Presidente do Instituto Politécnico da Guarda afirma que “juntando as vontades das instituições, esta é pois a hora de iniciar a reorganização da rede, a qual deve começar por integrar os Politécnicos dos grandes centros urbanos (Lisboa, Porto e Coimbra) nas universidades existentes: a eliminação das ofertas sobrepostas e redundantes naquelas localidades, a racionalização dos recursos materiais, humanos e instalações existentes, associada à capacidade instalada e subaproveitada no resto do país, seriam um passo significativo para garantir a sustentabilidade das instituições e das regiões, e tornar o país mais coeso e eficaz.”


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