A vice-presidente da Câmara Municipal da Guarda, Amélia Fernandes, reconheceu na passada sexta-feira, 28 de outubro, que o Prémio CEI-IIT – Investigação, Inovação e Território 2021, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI), incentiva “novas valias e abordagens territoriais inovadoras”.
“Assumindo a cultura e o conhecimento como bases do desenvolvimento social, este prémio incentiva, assim, novas valias e abordagens territoriais inovadoras, distinguindo investigadores e atores que apostam num justo equilíbrio entre investigação e ação, ou seja, entre o pensar e o fazer”, afirmou Amélia Fernandes na sessão de entrega do Prémio CEI-IIT – Investigação, Inovação e Território 2021 aos investigadores Sofia Marques da Silva e João Almeida, realizada na sexta-feira na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, naquela cidade.
Sofia Marques da Silva, docente e investigadora da Universidade do Porto, venceu o concurso com o trabalho “Jovens que regressam: motivações para voltar e investir as suas vidas em regiões de baixa densidade após formação no Ensino Superior”, e João Almeida, bolseiro de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia, com “Rural (Soft) Landing – Criação de comunidades de acolhimento a trabalhadores remotos em territórios de baixa densidade”.
Os galardoados receberam, cada um, o prémio pecuniário de 1.750 euros, atribuído pelo CEI, que tem sede na Guarda.
Na sua intervenção, a vice-presidente do município da Guarda lembrou os objetivos do galardão e deu os parabéns aos investigadores premiados: “Os vossos projetos, pela pertinência e atualidade dos temas abordados, e pela qualidade científica apresentada, contribuirão, certamente, para uma reflexão mais informada e para a concretização de estratégias de desenvolvimento económico e social, orientadas para a projeção da nossa realidade”.
Sofia Marques da Silva disse que a sua investigação permite perceber algumas das razões que levam os jovens das regiões do interior a regressar às origens após obterem formação académica fora.
Aqueles que regressaram apontaram razões como a continuidade de laços sociais e afetivos e o sentimento de pertença às suas regiões e por surgirem “novos valores” associados ao interior (como o trabalho à distância), indicou.
João Almeida referiu-se ao projeto “Rural (Soft) Landing” que pretende “melhorar ainda mais” a rede informal de atores locais “que apoiem as pessoas que se queiram mudar para um território” do interior.
Adiantou que a associação Rural Move, da qual é coordenador, já ajudou mais de 20 pessoas a mudarem-se para o interior e prestou mais de 100 apoios (por exemplo para a criação de projetos).
O Prémio CEI-IIT foi instituído com o objetivo de distinguir trabalhos, projetos de investigação e outras iniciativas que revistam uma dimensão inovadora, contribuam para divulgar estudos, experiências e boas práticas que concorram para reforçar a coesão, a cooperação e a competitividade dos territórios fronteiriços e de baixa densidade.
Na sessão, também intervieram o vice-presidente do Instituto Politécnico da Guarda, Manuel Salgado, Maria Isabel, em representação da Universidade de Salamanca (Espanha), e Rui Jacinto, que representa a Universidade de Coimbra no CEI.
O CEI também atribui anualmente o Prémio Eduardo Lourenço, que é destinado a premiar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas”.